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quinta-feira, 18/12/2025

Alerta precoce para vírus K no Brasil não é necessário, diz especialista

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Segundo Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a descoberta do vírus influenza A (H3N2), chamado de “vírus K”, no Brasil não deve ser motivo de preocupação imediata.

O especialista explica que a circulação de diferentes versões do vírus da gripe é algo comum e natural. Atualmente, não há informações suficientes para prever se essa nova variante terá um impacto significativo na próxima temporada de gripe.

É muito cedo para fazer qualquer previsão sobre a gravidade, duração ou intensidade da próxima temporada de gripe.

“Ainda não sabemos se essa será a variante predominante no mundo, já que a temporada de gripe no Hemisfério Norte está começando. Pode ser que o H3N2 ou outra variante, como o H1N1, seja a predominante. Tudo isso ainda é muito teórico”, comentou Kfouri.

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde alertou para o rápido aumento da variante K do vírus influenza A nas regiões do Hemisfério Norte, especialmente na Europa, América do Norte e Ásia Oriental.

A atividade da gripe na Europa começou mais cedo que o habitual, e a variante K correspondeu a quase metade dos casos detectados entre maio e novembro de 2025. Porém, não houve mudanças significativas nos casos graves, internações ou mortes.

O Ministério da Saúde brasileiro informou recentemente sobre o primeiro caso identificado da variante K no país, registrado no estado do Pará.

O caso foi confirmado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com uma amostra coletada em Belém no dia 26 de novembro e analisada inicialmente pelo Laboratório Central do Pará (Lacen-PA). Após a confirmação do vírus, o material foi enviado para sequenciamento genético no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

A paciente é uma adulta estrangeira originária das ilhas Fiji, e o caso foi classificado como importado. Até o momento, não há sinais de que o vírus esteja circulando localmente no Brasil.

Para Kfouri, a detecção de novas versões do vírus é esperada.

“Todo ano surgem novidades no vírus da gripe porque ele sofre mutações e causa epidemias anuais. Por isso é importante se vacinar todos os anos. As vacinas são atualizadas para tentar proteger contra as versões que devem circular na próxima temporada”, explicou o especialista.

Mesmo quando existe alguma diferença entre a vacina e o vírus circulante, a proteção contra os casos graves da doença continua eficaz.

“A vacinne pode variar um pouco em sua efetividade de um ano para outro, mas nunca deixa de oferecer proteção, especialmente contra as formas mais graves que levam à hospitalização ou morte”, observou ele.

Especialistas da Fiocruz reforçam que a vacinação é a melhor maneira de se proteger. A vacina recomendada pela Organização Mundial da Saúde em setembro de 2025 incluiu cepas que se aproximam mais das variantes que estão circulando, incluindo a variante K.

“A composição da vacina foi atualizada para incluir os vírus que estavam mais presentes na época da recomendação, como o subclado K”, disse Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios do IOC.

Além da vacinação, é importante manter a higienização das mãos, evitar contato próximo com pessoas que tenham sintomas respiratórios, usar máscaras em ambientes adequados e procurar atendimento médico ao apresentar febre.

Os serviços de saúde devem continuar fortalecendo a vigilância epidemiológica, laboratorial e genômica para acompanhar a evolução da circulação do vírus.

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