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domingo, 05/10/2025

Alerta de ameaça biológica recebido pelo consulado brasileiro nos EUA

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Em Brasília

Durante um período marcado pela tensão da Guerra Fria e o avanço das armas nucleares, o governo brasileiro foi informado, na década de 1970, sobre um possível plano de extermínio global utilizando armas químicas e biológicas.

Guerra revolucionária

Na década de 1970, a diplomacia do Brasil recebeu informações sobre um suposto esquema de guerra químico-biológica.

O objetivo desse plano seria eliminar grande parte da população mundial e alterar a ordem mundial vigente.

Segundo documentos, o plano envolveria ao menos seis agentes letais.

Essa informação consta em um telegrama confidencial, enviado para o Brasil pelo consulado brasileiro em São Francisco, Estados Unidos, em 26 de maio de 1977.

De acordo com o então cônsul Raul de Smandeck, o plano denominado “guerra revolucionária química-biológica” foi recebido na missão diplomática sem explicações adicionais.

Apesar do teor conspiratório e da falta de clareza, o cônsul recomendou que as Forças Armadas brasileiras ficassem atentas ao assunto.

“Sem discutir a veracidade da informação, peço submeter o caso, respeitosamente, ao Estado Maior das Forças Armadas”, escreveu o cônsul no telegrama enviado ao Brasil.

Plano de extermínio Satan

Na correspondência relacionada ao tema, disponível no Arquivo Nacional, o consulado do Brasil nos EUA retransmitiu um documento de 14 páginas.

Chamado “Plano de Guerra Satan”, o documento foi enviado por um homem chamado “Mr. Thompson”, da rua Geary, em São Francisco.

Para realizar a destruição da ordem mundial da época, segundo os registros, seriam usadas armas químicas e biológicas contra diversas regiões espalhadas pelos sete continentes. O plano indicava cidades brasileiras como Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Niterói, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo como possíveis alvos.

Os Estados Unidos mereciam atenção especial, sendo alvo de uma operação chamada “Stalin” para o “extermínio completo” do país.

Agentes letais

Seis agentes letais seriam espalhados globalmente: antraz, botulismo, cólera, mormo, melioidose e peste pneumônica. Esses agentes seriam adquiridos, produzidos e transportados secretamente até os locais-alvo.

Estima-se que 500 locais seriam atacados, causando aproximadamente 593 mil mortes.

O autor do plano indicava o outono como o momento ideal para iniciar as ações, preferencialmente nos horários de pico em dias úteis.

Além do extermínio de grande parte da população mundial, o plano previa o fim da produção nuclear, a confiscação de grandes riquezas e a criação de uma segregação social entre pessoas consideradas “desejáveis” e “indesejáveis”.

Embora o alerta tenha sido enviado ao governo brasileiro, nenhuma guerra química ou biológica conforme descrito ocorreu desde então. Também não foram encontrados registros oficiais de respostas do Itamaraty ou das Forças Armadas do Brasil.

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