Projeto de R$ 5,6 bilhões, que foi financiado por 11 países, vai ajudar a decifrar a composição de vírus e células e capturar imagens 3D de reações químicas
O Instituto de Pesquisas Científicas Desy, na Alemanha, inaugurou nesta sexta-feira o X-Ray Free-Electron Laser (XFEL, na sigla em inglês) – o maior laser de raios X do mundo, que custou 1,5 bilhão de euros (5,6 bilhões de reais) e foi financiado por onze países europeus. O equipamento, que entrará em funcionamento neste sábado, permitirá decifrar a composição molecular de vírus e células, capturar imagens tridimensionais de reações químicas e estudar “fenômenos que ocorrem dentro e fora do nosso planeta”, destacou a ministra alemã de Pesquisa, Johanna Wanka, na cerimônia inaugural.
De acordo com Wanka, trata-se de um “ambicioso projeto europeu”, fruto do trabalho de pesquisa desenvolvido por equipes científicas e fundos apresentados pela Alemanha, França, Itália, Polônia, Rússia, Espanha, Suécia, Suíça, Eslováquia, Hungria e Reino Unido. A Alemanha, porém, assumiu 60% dos gastos do projeto.
O laser, cuja construção começou em 2013, produzirá flashes de elétrons com uma capacidade de aceleração próxima à velocidade da luz. O equipamento é capaz de disparar 27.000 flashes por segundo e alcançar uma luminosidade 1 bilhão de vezes superior à das fontes convencionais de raios X.
O núcleo do XFEL é composto de um túnel de 3,4 quilômetros de comprimento e um sistema de 96 tubos, cada um com um raio de quase 1 metro.
Para Olaf Scholz, prefeito-governador de Hamburgo, onde o equipamento foi construído, o laser europeu é expoente da cooperação “internacional, aplicada a progressos científicos”. O político destaca que a colaboração foi além do âmbito da União Europeia, contando com a participação da Rússia e da Suíça.