Cerca de 1,4 milhão de doses de Nuvaxovid devem chegar ao país esta semana, após aprovação da UE em dezembro
A Alemanha oferecerá à sua população uma nova vacina Covid-19 baseada em proteínas comparável às vacinas convencionais contra a gripe nesta semana, na esperança de influenciar uma minoria considerável que permanece cética em relação à nova tecnologia de mRNA usada nas vacinas mais usadas.
Cerca de 1,4 milhão de doses da vacina Nuvaxovid desenvolvida pela empresa de biotecnologia norte-americana Novavax devem chegar à Alemanha nesta semana, confirmou o ministro da Saúde do país, Karl Lauterbach, na sexta-feira passada. Mais um milhão de doses devem chegar na semana seguinte, com o pedido total do governo alemão para o ano de 2022 totalizando 34 milhões de doses.
O produto da Novavax até agora era usado apenas na Indonésia e nas Filipinas, mas foi permitido para uso na UE em dezembro passado. Ainda aguarda autorização nos EUA, pois persistem algumas preocupações sobre a capacidade de produção da empresa.
Ao contrário das novas vacinas de mRNA produzidas pela Pfizer/BioNTech e Moderna ou vetor viral feito pela AstraZeneca e Johnson & Johnson, Nuvaxovid é uma vacina de subunidade de proteína. Ele contém um componente não infeccioso na superfície do vírus Sars-CoV-2, que induz uma resposta imune protetora quando as células imunes do corpo entram em contato com ele.
A Novavax anunciou em junho do ano passado que sua vacina provou ser mais de 90% eficaz contra infecções sintomáticas com a variante Alpha, em testes que incluíram quase 30.000 voluntários nos EUA e no México.
A empresa diz que seu produto é igualmente eficaz contra as variantes Delta e Omicron, especialmente após uma injeção de reforço administrada seis meses após o segundo jab. O Instituto Paul Ehrlich da Alemanha observa que os dados que comprovam a eficácia da vacina contra mais variantes infecciosas permanecem limitados.
Pesquisas na Alemanha sugerem um interesse considerável na vacina Novavax entre as 19,8 milhões de pessoas no país que até agora se recusaram a tomar uma vacina contra o Covid-19. Dos 4.000 trabalhadores hospitalares não vacinados pesquisados em Berlim, 1.800 manifestaram interesse na vacina à base de proteínas.
No estado da Baixa Saxônia, no norte, o Ministério da Saúde disse que 6.000 pessoas colocaram seu nome em uma lista de espera por Nuvaxovid no início de fevereiro.
Alguns cientistas questionam se a nova vacina será um divisor de águas em um país cuja taxa geral de vacinação vem se estabilizando em cerca de 75% há meses. Lars Korn, coautor de uma pesquisa atual sobre atitudes antivacinas conduzida pela Universidade de Erfurt, disse à emissora pública ZDF que dois terços dos entrevistados continuariam a rejeitar completamente qualquer forma de vacinação.