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terça-feira, 15/07/2025

Alckmin pode pedir adiamento da sobretaxa dos EUA; indústria rejeita retaliação

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Em Brasília

JOÃO GABRIEL
FOLHAPRESS

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou nesta terça-feira (15) que o governo Lula (PT) está focado em cancelar a taxa extra que os Estados Unidos querem cobrar sobre produtos brasileiros, que começaria em 1º de agosto. Porém, ele afirmou que pode solicitar um prazo maior para resolver a questão, caso necessário.

A proposta do adiamento veio da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Representantes da indústria e outros setores produtivos reuniram-se com Alckmin e ministros para discutir o assunto.

Alckmin afirmou: “Queremos resolver isso rápido, mas se precisar mais tempo, vamos buscar esse prazo”.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que o Brasil não deve responder com medidas de retaliação agora.

Ele explicou: “Decidimos na reunião que o Brasil não vai agir de forma impulsiva com retaliações para evitar que isso vire uma disputa desnecessária”.

Alckmin sugeriu que o setor produtivo brasileiro ajude a negociar com as empresas norte-americanas, já que tanto o Brasil quanto os EUA podem ser prejudicados pela tarifa.

Segundo ele, as exportações dos EUA para o Brasil são três vezes maiores do que as exportações brasileiras para os EUA, o que torna a taxa injusta.

O vice-presidente disse ainda que já espera há dois meses uma resposta dos EUA sobre uma carta enviada pelo Brasil discutindo acordos comerciais, e pretende cobrar uma posição do governo Trump.

Durante a reunião, Alckmin destacou a importância de focar nas questões econômicas e não em aspectos jurídicos.

Ele ressaltou a separação dos poderes no país e que o governo está trabalhando para derrubar a tarifa.

Alckmin mencionou que o motivo dado por Donald Trump para a sobretaxa se relaciona mais à atuação do Supremo Tribunal Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do que a razões econômicas.

A família Bolsonaro defende que a única solução para a taxa extra é conceder uma “anistia ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos em tentativas de golpe.

Por outro lado, Lula e seus aliados responsabilizam os bolsonaristas, especialmente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por incentivarem Trump a apoiar o ex-presidente.

A reunião com o setor produtivo faz parte de uma série de encontros planejados pelo governo federal para estudar estratégias contra a taxa adicional anunciada por Trump.

Atualmente, os EUA cobram 10% de sobretaxa sobre produtos importados do Brasil desde 2 de abril. Contudo, essa taxa passará a ser de 50% a partir de 1º de agosto.

Por exemplo, no caso do etanol, os EUA cobravam uma tarifa de 2,5%, que foi elevada para 12,5% com a sobretaxa de 10%. A partir de agosto, essa taxa subirá para 52,5%.

A sobretaxa não se aplica a produtos que já possuem tarifas setoriais altas, como aço e alumínio, que têm uma taxa de 50%.

Participaram da reunião pessoas do governo, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Maria Laura da Rocha (Itamaraty), Fernando Haddad (Fazenda), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Simone Tebet (Planejamento).

Entre os representantes do setor produtivo estavam Francisco Gomes Neto (Embraer), Ricardo Alban (CNI), Josué Gomes da Silva (Fiesp) e líderes dos setores de calçados, alumínio, têxtil, madeira, minerais, automóveis e aço.

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