LUANY GALDEANO
FOLHAPRESS
Geraldo Alckmin, vice-presidente, mencionou minerais importantes e data centers como potenciais áreas para cooperação entre Brasil e Estados Unidos, após uma retomada do diálogo entre os países.
Em entrevista à rádio CBN, Alckmin explicou que o Brasil busca atrair data centers, devido ao uso elevado de energia renovável no país. Ele também destacou o programa redata, lançado recentemente, que oferece isenção de impostos para instalação e manutenção desses centros.
Atualmente, o Brasil abriga 1,8% dos data centers globais, enquanto os EUA concentram quase 40%.
“Somos o terceiro país com maior produção de energia renovável no mundo, e data centers consomem muita energia. Isso é um incentivo importante para atrair investimentos que podem ultrapassar um trilhão de reais”, afirmou Alckmin.
Sobre minerais estratégicos, o vice-presidente explicou que esses insumos são essenciais para o interesse dos Estados Unidos, devido à sua importância em setores como energia limpa, tecnologia, defesa e mobilidade elétrica. A produção limitada em poucos países e a dificuldade em substituí-los tornam esses minerais críticos.
Alckmin destacou a necessidade de um levantamento geológico para identificar as regiões brasileiras onde esses minerais estão presentes. Ele frisou também o interesse em fortalecer a cadeia produtiva interna, possibilitando uma maior integração na produção entre Brasil e EUA.
“O Brasil possui um subsolo rico com lítio, ouro e ferro. Estamos em dois momentos: o primeiro é a prospecção para identificar os locais; o segundo é agregar valor aqui, produzindo mais no país. Por exemplo, ao invés de exportar aço, exportar aviões. Compramos carvão siderúrgico dos EUA, fazemos aço semi-plano e vendemos para os americanos, que fabricam motores e máquinas. Há grande potencial para integração produtiva”, ressaltou.
Na semana anterior, em discurso na ONU, Donald Trump fez um gesto de aproximação ao presidente Lula, indicando uma possível negociação bilaterial. Os governos do Brasil e dos Estados Unidos preparam um encontro entre os presidentes para discutir a sobretaxa de 50% imposta pelos EUA.