O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, declarou que o governo está negociando para aumentar o prazo que o governo dos Estados Unidos estipulou para aplicar uma taxa de 50% sobre as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. “O prazo é curto, mas vamos fazer o máximo possível dentro dele”, disse ele nesta terça-feira, 15, após encontro com representantes do setor produtivo.
Os empresários sugerem pelo menos mais 90 dias para continuar as negociações, pedido que foi apoiado por líderes do setor, como o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes. Segundo o vice-presidente, os executivos brasileiros participarão do esforço para conseguir esse prazo maior, que poderia também abrir espaço para acordos comerciais favoráveis.
“Essa relação é muito importante, pois afeta até os Estados Unidos, podendo encarecer a economia deles. Também é uma chance para firmar mais acordos comerciais”, explicou Alckmin. Na reunião do comitê criado pelo governo para enfrentar a crise, os empresários se comprometeram a conversar com seus parceiros nos EUA para destacar os prejuízos que essa medida traria para ambos os lados.
O vice-presidente ressaltou que o governo brasileiro sempre manteve diálogo com os Estados Unidos. “Enviamos uma carta há dois meses para discutir um acordo, mas não recebemos resposta”, afirmou. Agora, com a medida em vigor, uma nova carta será enviada para reforçar a expectativa de uma resposta.
Alckmin também destacou que os Estados Unidos têm superávit comercial: “De janeiro a junho deste ano, as exportações dos EUA para o Brasil aumentaram 11,48%, enquanto as do Brasil para os EUA cresceram 4,37%.”
Comitê
O Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais foi criado e oficializado pelo decreto que regulamenta a Lei de Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/25). A reunião desta terça contou com 18 executivos de setores variados. Outro encontro está agendado para quarta-feira, 16, com foco no agronegócio.
Além do vice-presidente e empresários, participaram também o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; a ministra do Planejamento, Simone Tebet; a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.