Alberto Youssef, um dos principais colaboradores da Operação Lava Jato, solicitou ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, que reconheça a suspeição do ex-juiz Sergio Moro na condução dos processos na 13ª Vara Federal de Curitiba, pedindo a anulação das decisões condenatórias proferidas por ele.
Sergio Moro, atualmente senador pelo Paraná e filiado ao União Brasil, foi o magistrado responsável pela Lava Jato até o final de 2018, quando deixou o cargo para assumir o Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.
A solicitação ao STF afirma que Alberto Youssef foi usado como instrumento pelo ex-juiz e membros do Ministério Público Federal para perseguir politicamente nomes ligados ao Partido dos Trabalhadores, beneficiando interesses pessoais desses agentes públicos.
A defesa lembra que Moro já havia se declarado suspeito em 2010 por motivos pessoais em um inquérito envolvendo Youssef e o caso Banestado, mas voltando atrás em 2014 para assumir o controle da Lava Jato, que representava uma oportunidade para sua promoção pessoal.
Além disso, a petição destaca o episódio de grampos ilegais na carceragem onde Alberto Youssef estava preso em 2014, e as mensagens obtidas na Operação Spoofing, indicando conluio entre o ex-juiz e procuradores do Ministério Público.
Youssef foi submetido a uma escuta irregular que gravou 260 horas de suas conversas durante cerca de 11 dias em uma carceragem da Polícia Federal em Curitiba, local onde permaneceu por dois anos e meio.
Embora a Polícia Federal tenha aberto investigações sobre o ocorrido, a defesa afirma que os fatos nunca foram devidamente esclarecidos, tendo sido omitidos dos envolvidos, suas defesas e da imprensa nacional.
Sergio Moro nega irregularidades e afirma que qualquer acusação nesse sentido é difamatória.
Até o momento, a solicitação está pendente de julgamento por parte do ministro Toffoli. Caso as condenações sejam anuladas, essa decisão não afetará o acordo de colaboração firmado por Alberto Youssef.