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sábado, 16/08/2025

Ajudar outros pode proteger o cérebro

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Ajudar outras pessoas, mesmo com pequenas ações semanais, pode proteger a saúde do cérebro e diminuir o ritmo de perda das funções cognitivas em adultos acima dos 50 anos. É o que aponta um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade do Texas em Austin e da Universidade de Massachusetts em Boston, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores examinaram dados de cerca de 31 mil pessoas durante vinte anos. Eles identificaram que tanto o voluntariado formal quanto a ajuda informal, como o apoio a vizinhos, familiares ou amigos, contribuem para manter as funções cognitivas em melhor condição.

Segundo os autores do estudo, a velocidade do declínio cognitivo reduziu entre 15% e 20% para aqueles que dedicavam parte do seu tempo para apoiar outras pessoas. A pesquisa foi divulgada na revista científica Social Science & Medicine.

“Atos diários de ajuda — sejam organizados ou pessoais — podem trazer efeitos duradouros para o cérebro”, afirmou o professor Sae Hwang Han, líder do estudo, em entrevista ao portal da Universidade do Texas em Austin.

Tempo ideal para ajudar e manter a mente ativa

Dedicar entre duas a quatro horas por semana para ajudar outras pessoas foi suficiente para garantir benefícios consistentes. Os ganhos foram semelhantes tanto para quem praticava ações organizadas, como voluntariado, quanto para quem ajudava de forma espontânea.

Para os pesquisadores, o simples ato de estar presente na vida de outros, com apoio prático ou emocional, pode trazer efeitos positivos para a saúde mental e cognitiva. Mesmo que a ajuda informal não receba reconhecimento social, seus resultados foram comparáveis aos do voluntariado formal.

Por outro lado, a ausência total desse tipo de envolvimento esteve ligada a um desempenho cognitivo pior. Especialistas recomendam incentivar pessoas idosas a continuarem prestando algum tipo de auxílio sempre que possível.

“O que chamou atenção foi que os benefícios cognitivos de ajudar os outros não foram apenas efeitos passageiros, mas se acumulam com o engajamento contínuo. Além disso, um envolvimento moderado de apenas duas a quatro horas foi sempre associado a benefícios significativos”, destacou Sae Hwang Han.

Ajudar o próximo estimula a liberação de endorfinas, neurotransmissores ligados à sensação de felicidade e bem-estar.

Benefícios contra o estresse crônico

Outro estudo realizado por Sae Hwang Han, publicado na revista Psychoneuroendocrinology, mostrou que o voluntariado pode diminuir os efeitos do estresse crônico na inflamação sistêmica — um processo biológico relacionado à demência e ao declínio cognitivo.

O efeito protetor foi mais evidente em pessoas com níveis elevados de inflamação, sugerindo que, além do benefício social, ajudar os outros pode funcionar como um fator de proteção contra problemas neurológicos.

De acordo com os pesquisadores, mesmo indivíduos com saúde fragilizada podem obter vantagens ao manter algum tipo de participação ativa no cuidado ou apoio a outras pessoas. Esse hábito ajuda a preservar as habilidades cognitivas e melhora a qualidade de vida na maturidade.

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