A Advocacia-Geral da União (AGU) requisitou à Polícia Federal a instauração de um inquérito para apurar a divulgação de informações erradas direcionadas ao Sistema Financeiro Nacional, especialmente ao Banco do Brasil (BB). O pedido ocorreu após denúncia do próprio banco, que identificou diversas publicações em redes sociais com potencial para causar medo entre os correntistas e incentivar a movimentação de fundos de suas contas.
Alguns perfis associados à direita recomendaram a venda de ações e a retirada de recursos do Banco do Brasil, alegando que a instituição corria risco de falência em função do descumprimento das sanções da Lei Magnitsky. O banco é responsável pelo pagamento dos salários de servidores públicos federais, incluindo funcionários do Supremo Tribunal Federal e do ministro Alexandre de Moraes, alvo da sanção mencionada.
De acordo com a AGU, esse tipo de comunicação ameaça a estabilidade econômica do país. A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) declarou que existem evidências de uma ação coordenada para gerar pânico na sociedade com a possibilidade de colapso do sistema bancário.
No documento encaminhado à Polícia Federal, a AGU destacou que as mensagens podem causar uma “corrida bancária” e causar danos financeiros à economia nacional. Além dos impactos econômicos, a AGU indicou que há motivações políticas por trás das postagens, que vinculam o suposto risco de desmoronamento às atividades do STF. Para o órgão, há uma tentativa de influenciar negativamente a opinião pública contra a Corte e de pressionar sua atuação.
O ofício em que o Banco do Brasil detalha os perfis responsáveis pela disseminação das mensagens foi anexado ao pedido encaminhado pela Procuradoria-Geral da República à Polícia Federal.
Dentre os mencionados estão os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Gustavo Gayer (PL-GO). Em uma publicação, o deputado por Goiás chegou a afirmar: “Tirem seu dinheiro dos bancos, Moraes vai quebrar o Brasil”.
Segundo a denúncia, desde 19 de agosto vêm sendo propagadas mensagens falsas sobre o Banco do Brasil. Em 20 de agosto, Eduardo Bolsonaro divulgou um vídeo alegando que o banco poderia ser “excluído das relações internacionais, o que levaria à falência”.
Além de políticos, outros canais digitais como o AuriVerde Brasil no YouTube, também foram apontados por reproduzirem esse tipo de conteúdo.
Em comunicado, o Banco do Brasil afirmou que adotará todas as providências legais para proteger sua reputação e reforçou que as informações divulgadas são inexistentes. A instituição ressaltou ainda que esse tipo de conteúdo pode comprometer a situação financeira dos clientes ao incentivar retiradas indevidas de depósitos.