Treze estados e o Distrito Federal cresceram mais que a média do Brasil em 2023. O crescimento de oito desses estados foi impulsionado principalmente pela agropecuária: Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Paraná, Roraima e Minas Gerais.
Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentou 3,2% em 2023, esses estados com forte presença do agro tiveram crescimento entre 3,4% e 14,7%.
Os dados são do Sistema de Contas Regionais, divulgado pelo IBGE em 14 de fevereiro de 2025, e mostram como a economia das unidades da federação se comportou até 2023. Nacionalmente, o Brasil cresceu 3,4% em 2024, acumulando quatro anos seguidos de crescimento.
Os 14 estados que superaram o crescimento brasileiro em 2023 foram:
- Acre: 14,7%
- Mato Grosso do Sul: 13,4%
- Mato Grosso: 12,9%
- Tocantins: 7,9%
- Rio de Janeiro: 5,7%
- Goiás: 4,8%
- Paraná: 4,3%
- Rio Grande do Norte: 4,2%
- Roraima: 4,2%
- Maranhão: 3,6%
- Alagoas: 3,5%
- Minas Gerais: 3,4%
- Espírito Santo: 3,4%
- Distrito Federal: 3,3%
Os quatro estados que mais cresceram tiveram boa produção de soja. O Rio de Janeiro teve o crescimento ligado à indústria de óleo e gás, e o Distrito Federal foi impulsionado pelas áreas financeira e administrativa.
Mesmo com crescimentos altos, isso não significa que esses estados influenciam muito na média nacional, pois cada estado tem um peso diferente na economia do país.
Por exemplo, o Acre representa só 0,2% do PIB do Brasil, enquanto o Rio de Janeiro tem 10,7%. São Paulo, que é o estado com maior participação, tem quase um terço (31,5%) do PIB nacional.
Em 2023, a economia de São Paulo cresceu apenas 1,4%, uma das menores taxas, atrás só do Rio Grande do Sul e Rondônia, com 1,3% cada.
Regiões
Quando olhamos para as regiões do país, o Centro-Oeste teve um crescimento muito acima da média nacional, mais que o dobro.
- Centro-Oeste: 7,6%
- Norte: 2,9%
- Nordeste: 2,9%
- Sudeste: 2,7%
- Sul: 2,6%
Desconcentração econômica
O IBGE também analisou os dados entre 2002 e 2023. Dezessete estados tiveram crescimento médio anual maior que o do Brasil, que foi 2,2% ao ano.
Mato Grosso (5,2%), Tocantins (4,9%) e Roraima (4,5%) estiveram entre os maiores crescimentos médios, todos ligados à agropecuária.
O Rio de Janeiro (1,6%) e Rio Grande do Sul (1,4%) tiveram os menores crescimentos, com recuo na indústria.
Esses dados indicam que a economia brasileira está se desconcentrando. São Paulo, considerado motor do país, caiu de 34,9% do PIB nacional em 2002 para 31,5% em 2023.
O Rio de Janeiro também diminuiu sua participação, de 12,4% para 10,7% no mesmo período.
Por outro lado, Mato Grosso quase dobrou sua participação, de 1,3% para 2,5% do PIB, passando de 15º para 10º lugar no ranking dos maiores PIBs estaduais.
Dados da Agência Brasil

