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sábado, 27/09/2025

Agricultores franceses cobram ação de Macron contra o acordo do Mercosul

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Agricultores franceses protestaram em várias partes do país, de Versailles a Occitânia, para exigir do presidente Macron uma reação frente à entrada de produtos importados que não cumprem os mesmos padrões sanitários e ambientais exigidos na Europa.

Na última sexta-feira (26/9), cerca de 100 produtores com tratores participaram de uma manifestação em frente ao Palácio de Versailles. Arnaud Rousseau, presidente da principal aliança sindical do setor, destacou a necessidade urgente de uma resposta do governo: “O presidente precisa reagir e o primeiro-ministro deve nos receber com urgência”.

Com faixas e ações simbólicas em supermercados e pontos de alfândega, os agricultores alertaram para a concorrência desleal provocada por produtos importados com padrões inferiores. Em Béziers, uma faixa dizia: “Ajudem-nos, em vez de nos matar”.

Pascal Verriele, secretário-geral da FDSEA de Seine-et-Marne, expressou o desânimo do setor após anos de dedicação: “Não tenho mais perspectiva, nem margem de manobra. Os acordos com o Mercosul e com a Ucrânia desestabilizam nossas propriedades.”

A mobilização ocorre enquanto a Comissão Europeia iniciou a ratificação do acordo com o Mercosul, que reduzirá tarifas para produtos como carnes e açúcar, aumentando a concorrência na França. Os agricultores também criticam os privilégios concedidos à Ucrânia para exportar produtos sem tarifas e alertam para o impacto das recentes taxas alfandegárias dos Estados Unidos sobre vinhos europeus.

Em outras regiões, produtores fiscalizaram a origem dos produtos em supermercados, como em Valenciennes onde um agricultor comentou sobre o queijo emmental importado: “Emmental é francês, isso é desolador.”

Em Mont-de-Marsan, prateleiras foram esvaziadas de produtos importados sem informações claras de origem. Em Béziers, agricultores protestaram descarregando mosto de uva em frente à alfândega como um aviso de futuras ações mais duras.

Arnaud Rousseau anunciou que os protestos continuarão durante o ano, com o intuito de proteger o setor agrícola francês de pressões externas que ameaçam sua sustentabilidade.

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