No dia 25 de julho, reconhecido pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) como o Dia Internacional da Agricultura Familiar, o Distrito Federal destaca a importância dos pequenos agricultores para a economia local, a proteção do meio ambiente e o combate à fome. Atualmente, o DF conta com aproximadamente 10 mil agricultores familiares que fornecem alimentos saudáveis e ajudam no crescimento do campo.
Desde 1978, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) oferece suporte técnico a esses agricultores. No último ano, foram realizados mais de 170 mil atendimentos, incluindo orientações, cursos, oficinas e palestras. Conforme o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, a instituição combina produção sustentável com inclusão social e geração de renda. Ele destaca que o suporte dado abrange desde aspectos técnicos até apoio em programas sociais.
O Balanço Social da Emater-DF revela que, para cada real investido na empresa, quase 8 reais retornam para a sociedade, traduzidos em mais iniciativas para inclusão social, melhoria da vida dos agricultores, qualidade dos produtos e criação de empregos. Duval, engenheiro-agrônomo e na Emater desde 2007, ressalta esses benefícios.
Produção agroecológica em Ceilândia
Valdir Manoel de Oliveira, produtor rural atendido pela Emater, vive no Núcleo Rural Boa Esperança, em Ceilândia, desde 2003. No Sítio Vida Verde, cultiva frutas e hortaliças sem agrotóxicos, como banana, mamão, tomate, couve, cebola, inhame e açaí.
Valdir conta que recebe acompanhamento da Emater desde os anos 1990, com visitas quase semanais. Ele trabalha com o apoio do irmão e de um funcionário. Planeja ainda instalar sistemas de energia solar e biogás para melhorar a sustentabilidade do sítio e preservar o Cerrado.
Flores que geram renda e conexões
Lucimar Freiman, conhecida como Dona Lu, atua na floricultura em Planaltina. Natural do Espírito Santo, mora há mais de 30 anos em Brasília. Em sua Chácara Dona Lu Suculentas, cultiva várias espécies como orquídeas, jasmim, azaleias e suculentas.
Dona Lu iniciou sua produção na varanda de casa e agora tem três estufas. Ela atribui à Emater o suporte essencial para sua consolidação no ramo. Além de vender no atacado e varejo, oferece oficinas e atende encomendas para eventos, levando beleza e conforto para seus clientes.
Critérios e números da agricultura familiar
No Brasil, a agricultura familiar é regulada pela Lei nº 11.326/2006, que define propriedades de até quatro módulos fiscais (no DF, até 5 hectares), uso majoritário de mão de obra familiar e uma renda proveniente da atividade rural.
Segundo o Censo Agropecuário de 2017, mais de 10 milhões de brasileiros estão ligados à agricultura familiar, representando 67% dos trabalhadores do campo, em áreas que somam 80,9 milhões de hectares.
No Distrito Federal, a Emater-DF atende 9.818 produtores que movimentaram mais de R$ 1 bilhão em 2024, principalmente com morango, tomate, alface, pimentão e avicultura. Cerca de 100 mil atendimentos foram direcionados a esses agricultores no último ano.
Compras públicas garantem renda e alimentação
Programas governamentais como o PAA, PNAE e PAPA-DF promovem a compra direta de produtos da agricultura familiar, garantindo mercado e abastecendo escolas e instituições sociais.
Em 2024, essas ações beneficiaram 1.884 produtores no DF, envolvendo 17 cooperativas e associações, e impactaram mais de um milhão de pessoas, com investimentos superiores a R$ 44 milhões.
Ao valorizar histórias como as de Valdir e Dona Lu, o Dia Internacional da Agricultura Familiar celebra quem planta, colhe e cuida do território, promovendo desenvolvimento social, econômico e ambiental.
Informações fornecidas pela Emater-DF