O leite materno é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a melhor alimentação para os bebês, oferecendo nutrientes essenciais, proteção contra doenças e esperança para os recém-nascidos. Por isso, o mês de agosto é chamado de Agosto Dourado, um período dedicado a conscientizar sobre o valor do aleitamento materno.
No Distrito Federal, as famílias recebem muito apoio com 14 bancos de leite humano e sete postos de coleta espalhados por todas as regiões.
Entre janeiro e julho de 2025, cerca de 3,6 mil mulheres doaram mais de 12 mil litros de leite materno no DF, superando a quantidade de 2024. Esse leite é destinado principalmente a bebês prematuros e com baixo peso que estão nas unidades de terapia intensiva neonatal. No primeiro semestre, cerca de 9,4 mil bebês foram atendidos pela rede nacional de bancos de leite humano.
Mariane Curado Borges, que coordena as políticas de aleitamento materno na Secretaria de Saúde do DF, explica que qualquer mãe que esteja amamentando pode ser doadora. O cadastro pode ser feito pelo telefone 160, opção 4, ou pelas redes sociais do Amamenta Brasília. Ela destaca: “Cada mãe que doa está ajudando não só seu próprio filho, mas muitas outras crianças que precisam. Este alimento reduz o tempo de internação e aumenta as chances de sobrevivência.”
Apoio e orientação para as mães
Nos bancos de leite, as mulheres recebem suporte e orientações, o que ajuda a aumentar a produção natural de leite. O serviço conta com profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas e fonoaudiólogos que auxiliam mães com dificuldades para amamentar.
Maria Eduarda Vieira dos Santos, 17 anos, doou leite materno no primeiro mês do filho, mas enfrentou dificuldades para amamentar. Ela ressalta a importância do banco de leite: “Para as mães que não conseguem amamentar, saber que existe um lugar que oferece esse alimento é um grande conforto. O banco de leite é fundamental, especialmente para mães de primeira viagem.”
Maria Clara Ferreira Santos, 21 anos, entendeu o valor da doação após o nascimento prematuro da filha com 28 semanas. Ela recebeu leite do banco para garantir a sobrevivência da bebê e também se tornou doadora. “Eu não consegui ordenhar, mas sabia que minha filha não ficaria com fome. Meu leite ajudou outras crianças também”, conta.
Amamentar é mais que alimentar
A OMS recomenda que a amamentação seja exclusiva até os seis meses e continuada, junto com outros alimentos, até pelo menos os dois anos. No DF, as ações de apoio e informação ajudam a manter bons índices de amamentação, mas a doação de leite materno ainda é fundamental para suprir a demanda dos hospitais.
Mariane Curado Borges reforça: “É importante que as mulheres não tenham medo de doar. Quanto mais o leite é retirado, mais o corpo produz. Doar é um gesto de amor que pode salvar até dez bebês.” Ela também projeta que, com o aumento dos estoques nos bancos de leite, será possível ajudar crianças em abrigos ou em situação vulnerável.
Informações da Agência Brasília