Suspeitos teriam faturado cerca de R$ 100 mil com 32 indenizações fraudulentas impetradas contra empresa de internet
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou Operação Patrono, na manhã desta quarta-feira (10/06), para desarticular uma associação criminosa na qual dois advogados exerciam funções de destaque. O bando é especializado em forjar procurações em nome de terceiros e ingressar na Justiça com pedidos de indenização contra uma operadora de internet, sob o falso argumento de que o nome deles havia sido negativado junto a empresas de análise de crédito.
Os golpistas teriam faturado cerca de R$ 100 mil com 32 indenizações fraudulentas.
Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão no Sudoeste, Gama e Taguatinga, com a presença de integrantes da Ordem dos Advogados de Brasil (OAB-DF). De acordo com as investigações da Coordenação de Repressão à Fraudes (Corf), os advogados cometiam crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos praticados entre os anos de 2018 e 2019.
Segundo as apurações, os delitos eram praticados da seguinte forma: um dos advogados contratava pessoas para trabalhar em pesquisas de mercado, nas quais os entrevistados recebiam R$ 20 por responderem aos questionamentos. Os documentos pessoais de todos os entrevistados eram copiados.
Ao mesmo tempo, o advogado também usava um quiosque em um movimentado shopping do DF para atrair vítimas sob a promessa de participar de um sorteio de produtos via rede social.
Saiba mais sobre a operação:
Com isso, os golpistas obtinham os dados e cópia dos documentos dos consumidores, inclusive por meio de uma máquina copiadora. Com as informações, a associação criminosa as utilizava para falsificar procurações, comprovantes de residência e contratos de internet.
O material foi usado para entrar com 32 ações judiciais junto a diversos juizados especiais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), com pedidos de indenizações contra a operadora de internet fixa.
O outro advogado alvo da operação, funcionário do escritório de advocacia que representava a operadora de internet e contrariando as orientações da empresa, oferecia acordo extrajudicial nestas ações, normalmente no valor de R$ 3,5 mil cada, o que era aceito pelo então advogado da falsa vítima.