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quarta-feira, 15/10/2025

advogado revela que recebeu orientações do marqueteiro do pl antes de depor na cpi do inss

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CAIO SPECHOTO
FOLHAPRESS

O advogado Eli Cohen, um dos primeiros a investigar descontos irregulares em benefícios do INSS, contou que recebeu orientações do marqueteiro do PL, Duda Lima, antes de depor na CPI do INSS. A informação foi confirmada pelo próprio advogado por meio de áudios obtidos pela reportagem.

Em conversa gravada, Cohen relatou que recebeu instruções importantes, como sempre lembrar que a CPI é deles, e que não devia tentar se mostrar esperto, além de recomendar que ele mantivesse contato visual firme durante o depoimento, independentemente das diferenças políticas.

Eli Cohen deixou claro que essas dicas não constituem um treinamento formal para falar em público, e que na preparação para o depoimento ele se sentiu despreparado mesmo.

A notícia de que Cohen teria recebido ajuda de pessoas ligadas ao PL foi usada por membros do governo para questionar a oposição, já que o partido é o principal adversário. O advogado negou ter feito um treinamento organizado pelo PL.

Cohen também afirmou estar sofrendo ataques pessoais por ter revelado informações sobre o esquema de descontos irregulares em aposentadorias.

Por sua vez, Duda Lima explicou que passar orientações rápidas faz parte de seu trabalho diário, mas não se trata de um treinamento, que ele ministra apenas em sessões longas e constantes.

Em um dos áudios, o advogado conta que a CPI perguntou oficialmente se ele havia recebido ajuda do PL, e ele negou categoricamente, ressaltando em resposta escrita que não houve qualquer media training ou envolvimento partidário.

Cohen explicou que quem o apresentou a Duda Lima foi um amigo em comum chamado Wellington. Segundo o advogado, o marqueteiro foi até seu escritório no dia anterior ao depoimento para uma conversa muito rápida, na qual foram dadas poucas orientações.

Ele relatou que as palavras do marqueteiro foram: “lembre-se sempre de que a casa é deles, não sua, e quando falar tente manter o olhar na pessoa que fez a pergunta”.

Depois que a notícia sobre o suposto treinamento veio à tona, o coordenador da bancada governista na CPI, Paulo Pimenta (PT-RS), sugeriu que Cohen prestasse novo depoimento, alegando possibilidade de obstrução das investigações.

Por outro lado, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), minimizou o caso, afirmando que se o treinamento existiu, foi mal empregado, já que o resultado não foi favorável.

Marinho também disse que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, garantiu a ele que não houve tal treinamento, e recomendou que o questionamento fosse formalizado ao advogado.

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