32.5 C
Brasília
sexta-feira, 12/09/2025

Advogado de Garnier diz no STF que levaria cigarro para Bolsonaro

Brasília
céu pouco nublado
32.5 ° C
33.4 °
32.5 °
18 %
2.6kmh
20 %
sex
34 °
sáb
34 °
dom
33 °
seg
33 °
ter
32 °

Em Brasília

O advogado Demóstenes Torres afirmou durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode contar com ele para levar “cigarro” para qualquer local. Ele representa o ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier.

Demóstenes mencionou que talvez seja a única pessoa no país que aprecia tanto Bolsonaro quanto o ministro Alexandre de Moraes. O advogado usou 22 minutos de sua fala, que poderia durar até uma hora, para elogiar os ministros do STF e fazer observações não diretamente relacionadas à defesa do almirante.

Ele contou um episódio em que encontrou Bolsonaro em um aeroporto: “Ele parou no ponto de passagem do Raio-X, me viu, voltou correndo e me abraçou, dizendo: ‘Senador, para mim não aconteceu nada’. Se Bolsonaro precisar que eu leve cigarro para qualquer lugar, estou à disposição. É uma pessoa por quem tenho consideração”, relatou.

Além disso, Demóstenes elogiou o presidente da Primeira Turma, o ministro Cristiano Zanin, chamando-o de uma referência na advocacia. Ele também destacou outros magistrados, como o ministro Luiz Fux, recordando sua atuação antes de ingressar no STF.

Alegações finais

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o almirante Garnier se envolveu explicitamente em uma iniciativa criminosa relacionada a uma tentativa de golpe de estado, especialmente após a derrota de Bolsonaro nas eleições. O procurador destacou que ele foi o principal defensor da ruptura dentro das Forças Armadas.

O nome do almirante aparece em anotações do general Augusto Heleno que, para a PGR, evidenciam o interesse do ex-comandante na conspiração, mesmo ciente da legitimidade e lisura do processo eleitoral.

“A certeza da impossibilidade de mudar legalmente o resultado das eleições fez com que a organização criminosa focasse na realização de um ato de força, único modo viável para manter-se no poder”, escreveu o procurador.

Embora outros comandantes tenham demonstrado hesitação frente à ideia de um golpe, o almirante Garnier não só apoiou a ação, como se colocou como aliado próximo de Bolsonaro, ofertando tropas para apoiar a implementação de medidas autoritárias, conforme relato do tenente-brigadeiro Baptista Júnior, que contribuiu para as investigações.

O gestor destacou que o comprometimento do almirante não deve ser ignorado, pois a conspiração não era apenas discursiva, mas tinha um apoio concreto em uma das mais importantes estruturas do poder nacional. Apesar de outros comandantes terem recusado a proposta apresentada pelo ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira, Garnier aceitou o plano golpista.

Veja Também