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sábado, 02/08/2025

Advogado de Filipe Martins nega acusação contra Tarcísio

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O advogado Jeffrey Chiquini, que representa Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro (PL), respondeu nesta quarta-feira (16/7) às declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, negando ter atribuído qualquer culpa ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação à suposta trama golpista.

Em vídeo publicado no YouTube, Chiquini classificou como mentirosa a alegação de que teria responsabilizado Tarcísio em depoimento recente de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

“O advogado acusou o Tarcísio? Isso é uma grande mentira. É falso. Quero ver quem provar”, afirmou Chiquini.

Na última segunda-feira (14/7), durante audiência da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado, Chiquini apresentou uma planilha de entradas no Palácio da Alvorada, elaborada pela Polícia Federal com base em registros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O documento indicava que Filipe Martins esteve no local em 19 de novembro de 2022, no mesmo dia e horário que o governado Tarcísio de Freitas, o padre José Eduardo e Mauro Cid.

Nesse momento, o advogado questionou Cid: “O governador Tarcísio foi lá para tratar da minuta de golpe também?”. O ex-ajudante sorriu diante da pergunta, o que levou Chiquini a repreendê-lo.

Moraes interveio imediatamente afirmando que, caso houvesse uma acusação formal contra o governador, ela deveria ser encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR). Perguntou também: “O senhor deseja informar mais alguma autoridade sobre suas acusações?”

Em vídeo desta quarta-feira, Chiquini reiterou que a planilha não comprova a existência de reunião golpista:

“Essa tabela não prova nada. Só porque alguém esteve com o presidente naquele dia, não significa que trataram de golpe. Nem Filipe Martins, nem Tarcísio, nem o padre tratavam disso.”

Chiquini também destacou o que considera uma investigação seletiva:

“Por que o padre foi alvo de busca e apreensão e Filipe é acusado, enquanto outros nomes citados na mesma planilha nem são mencionados?”

Segundo o advogado, mencionar Tarcísio serviu para demonstrar incoerência nas acusações contra Filipe Martins, e não para sugerir culpa do governador. “Tarcísio é inocente, assim como Filipe também é”, declarou.

Contexto do caso

Filipe Martins responde a uma ação penal por suposta participação em trama para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após a eleição de 2022. Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria ajudado a arquitetar um plano para decretar ilegalmente estado de sítio e manter Bolsonaro no poder de forma ilegítima.

Além de Filipe, outros investigados no chamado núcleo político incluem o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, a delegada da PF Marília Alencar, o general Mário Fernandes e o coronel Marcelo Câmara, entre outros. As denúncias envolvem acusações de tentativa de golpe, supressão do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Desentendimento com Moraes

Na mesma sessão de segunda-feira, Chiquini teve novo confronto com Moraes, questionando o ex-ministro do GSI, general G. Dias, sobre imagens da invasão ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. O advogado perguntou se as imagens utilizadas nas investigações foram fornecidas seletivamente e mencionou vídeos que teriam desaparecido.

Moraes respondeu com uma advertência: “O senhor está acusando alguém de ter feito as imagens desaparecerem?”

Nesta quarta-feira, o advogado afirmou que acionará o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para denunciar a violação de seus direitos profissionais. Jeffrey Chiquini disse que o ministro ultrapassou os limites ao silenciar seu microfone enquanto fazia perguntas ao general G. Dias.

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