José Luís Oliveira Lima, advogado do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto, declarou nesta terça-feira, 24, no Supremo Tribunal Federal (STF), que tanto seu cliente quanto o tenente-coronel Mauro Cid mantiveram versões divergentes durante a acareação que durou cerca de 1h30.
Lima afirmou que vai notificar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por violação das prerrogativas da defesa, pois o relator, ministro Alexandre de Moraes, não autorizou a gravação da audiência, que foi realizada a portas fechadas para a imprensa.
Segundo o advogado, “Todos mantiveram suas versões, mas Mauro Cid se contradisse ainda mais”. O tenente-coronel teria mencionado três locais diferentes onde teria recebido uma caixa de vinho contendo dinheiro, supostamente entregue por Braga Netto, entretanto sem apresentar provas.
Lima lamentou a ausência de imagens, pois o general Braga Netto teria afirmado em duas ocasiões que Mauro Cid, que ficou cabisbaixo durante toda a audiência, era mentiroso, e o acusado não negou a acusação quando teve a chance de responder.
A acareação foi autorizada recentemente pelo ministro Alexandre de Moraes a pedido da defesa do general Braga Netto, que argumentou haver contradições entre os depoimentos dos envolvidos.
O ex-ajudante de ordens alegou que o general entregou a ele valores em dinheiro dentro de uma caixa de vinho, para que o repassasse a militares das Forças Especiais, chamados de “kids pretos”, com o objetivo de financiar ações contra a democracia, fato negado por Braga Netto.
Lima também anunciou que pretende solicitar novamente a anulação do acordo de delação premiada firmado por Mauro Cid com a Polícia Federal, chamando-o de “escândalo” e acusando-o de mentir perante o STF mais uma vez.
Além disso, a Meta comunicou ao Supremo que o perfil no Instagram @gabrielar702 foi criado usando um e-mail registrado em nome de Mauro Cid. Os advogados do ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, afirmam que Cid utilizou essa conta para comentar sobre o acordo de delação, o que seria proibido. Cid teria mencionado ter sofrido pressão para assinar a colaboração.