Estratégico, meticuloso e muito frio, o adolescente de 14 anos que assassinou o pai, a mãe e o irmão caçula, de apenas 3 anos, tinha a intenção de vender todos os bens da família logo depois dos crimes para viver com a namorada virtual.
Ele planejava encontrar compradores para a casa e o carro da família, que residia em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a adolescente de 15 anos, apreendida em Água Boa (MT), participou ativamente no assassinato da família do namorado, ocorrido em 21 de junho. A troca de mensagens entre eles, encontrada nos dispositivos apreendidos, revelou a premeditação do crime e a frieza do casal ao tratar do assunto antes e depois dos homicídios. A principal motivação seria o desejo do casal de se encontrarem pessoalmente, algo vetado pelos pais do jovem.
O casal se conheceu em um jogo online e mantinha contato virtual há cerca de seis anos, desde quando o jovem tinha 8 anos. No último ano, o relacionamento teria se tornado mais sério, segundo os investigadores. Eles consumiam juntos conteúdos violentos na internet, incluindo vídeos e referências a jogos com temáticas de assassinato e crimes familiares.
Em suas conversas, os adolescentes falavam dos pais do jovem como se fossem personagens de um jogo que foi proibido na Austrália, mas depois liberado para maiores de 18 anos.
Nas mensagens, discutiam o uso de armas, luvas para evitar deixar digitais e formas de esconder os corpos. Os pais do garoto haviam impedido a viagem dele ao Mato Grosso, o que teria sido o estopim para o crime. O adolescente chegou a chamar os parentes de “seres nojentos”.
A menina pressionava o namorado, ameaçando terminar o relacionamento caso ele não agisse. Ele matou os pais e o irmão mais novo, de 3 anos, utilizando a arma do pai, que era registrada para uso como colecionador, atirador esportivo e caçador (CAC).
Durante o ato, o jovem enviava mensagens para a namorada, que o orientava em tempo real, dizendo “agora atira nela”, referindo-se à mãe. Após os assassinatos, ele enviou fotos dos corpos. A namorada respondeu que sentiu “nojo”, mas também expressou amor e disse estar orgulhosa do que ele fez por ela.