Um caso surpreendente movimentou a 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II) e a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) nesta quinta-feira (11/9). Um jovem de 16 anos inventou um assalto falso para furtar R$ 35 mil em dinheiro do próprio avô, um aposentado de 60 anos, com quem morava. Outra criança de 16 anos participou da encenação como um “ladrão falso”.
O dinheiro, resultado da venda de um veículo e de um empréstimo, estava guardado em uma caixa dentro do armário da casa. Sabendo disso, o adolescente montou um plano arriscado: criar a falsa situação de roubo e se passar por vítima.
Segundo as investigações, o neto convidou outro adolescente para colaborar na encenação, comunicando-se por redes sociais e detalhando como o suposto roubo deveria acontecer. O jovem contratado deveria entrar na casa, levar uma bicicleta branca aro 26, avaliada em R$ 800, e ainda dar um soco no colega para simular agressão e tornar o crime mais realista.
Para tornar o plano mais convincente, o adolescente chegou a se cortar superficialmente no braço com uma faca, alegando ter sido ferido pelo falso ladrão. O caso veio à tona quando o aposentado foi à delegacia para registrar a ocorrência, relatando que seu neto fora surpreendido na residência por um indivíduo armado com uma faca que levou o dinheiro e a bicicleta.
Os policiais civis iniciaram as investigações e, poucas horas depois, encontraram a bicicleta na casa do suposto ladrão. O jovem confessou que não houve roubo verdadeiro, mas sim um acordo entre os dois para encenar o crime, ficando ele com a bicicleta em troca da participação.
O adolescente ainda explicou que justificava a ação afirmando que o avô teria tomado um dinheiro que ele havia ganho em apostas virtuais no jogo conhecido como “tigrinho”. Os dois monitoraram o avô durante a tarde e, quando a casa ficou vazia, entraram para procurar o dinheiro, mas não o encontraram. O jovem cumpriu sua parte do acordo ao entregar a bicicleta e pedir para levar um soco no rosto, reforçando a encenação.
Após a revelação, ambos os jovens foram levados para a Delegacia da Criança e do Adolescente para as providências adequadas. A investigação continua para determinar o paradeiro dos R$ 35 mil, que ainda não foram encontrados. O aposentado, visivelmente abalado, declarou que jamais imaginaria ser enganado pelo próprio neto.