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quarta-feira, 24/09/2025

Adiamento da lei do desmatamento facilita acordo com o Mercosul

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A Comissão Europeia propôs nesta terça-feira (23/9) adiar para 2026 a implementação da lei que proíbe a importação de produtos ligados ao desmatamento, como soja, carne bovina, cacau e óleo de palma. Este é o segundo adiamento consecutivo, visto como uma ação estratégica para facilitar o fechamento do acordo comercial com o Mercosul, cujas negociações foram oficialmente concluídas recentemente.

Enquanto organizações ambientais criticam a decisão, o atraso é justificado por Jessika Roswall, comissária europeia de Meio Ambiente, que mencionou dificuldades técnicas para implementar o sistema digital de monitoramento das florestas. O volume de dados e o risco de falhas operacionais levaram à necessidade de mais tempo para avaliar soluções eficazes.

O acordo comercial entre União Europeia e Mercosul inclui países importantes da América do Sul e visa criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo, envolvendo mais de 700 milhões de pessoas. A assinatura está prevista para dezembro de 2025, em Brasília. O Brasil espera aumentar suas exportações, acessar tecnologias europeias e ampliar a integração econômica, embora tenha que se adaptar a exigências técnicas e ambientais mais rigorosas.

A lei ambiental exigiria que empresas importadoras comprovassem a origem dos produtos por meio de dados geolocalizados e imagens de satélite, um processo complexo e criticado por setores do agronegócio e países produtores. A Comissão Europeia mantém o compromisso de combater o desmatamento, apesar do adiamento temporário.

Existem diferenças internas na União Europeia sobre o acordo. A Alemanha apoia a assinatura por motivos estratégicos e econômicos, incluindo a diversificação dos mercados e o acesso a minerais essenciais. Já a França resiste, preocupada com a proteção da agricultura nacional e pedindo cláusulas ambientais mais rígidas.

Em resumo, o adiamento da lei sobre desmatamento é visto como uma medida para facilitar o acordo Mercosul-UE, enfrentando críticas ambientais e resistências políticas, mas mantendo a perspectiva de um avanço importante nas relações comerciais entre Europa e América do Sul.

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