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quarta-feira, 10/12/2025

Acusado de matar gari muda versão e diz que morte foi por guerra de facção

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Renê Nogueira Junior, ex-empresário preso, voltou a apresentar uma nova versão sobre a morte do gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte.

Ele afirmou que a morte pode estar relacionada a conflitos entre grupos criminosos rivais. A declaração foi dada em entrevista à TV Record, a primeira desde sua prisão.

Renê explicou que o crime pode estar ligado à ação de traficantes em um bairro próximo ao local onde o gari foi morto, no bairro Vista Alegre, vizinho do Cabana do Pai Tomás, área controlada por uma facção criminosa.

Ele relatou ter sido abordado por traficantes armados na região e pediu que a Polícia Civil de Minas Gerais reabra a investigação do caso, considerando essa possibilidade.

“Ali é dominado por uma facção, e é muito perigoso. Quando soube da morte do gari, pensei que poderia ser resultado de uma guerra entre facções”, disse Renê Nogueira Junior.

Em relação ao motivo de estar armado no local, ele afirmou que outras 300 pessoas também estavam armadas.

Renê declarou que foi acusado injustamente de ser o atirador por interesses financeiros e que as testemunhas teriam medo dos traficantes. No entanto, provas coletadas, incluindo imagens do carro do acusado no local e ele portando a arma usada no crime, contradizem essa versão. A arma pertencia à sua esposa, a delegada Ana Paula Balbino.

A defesa da família do gari contestou a nova versão. O advogado Tiago Lenoir afirmou que essa história não tem apoio nos fatos e em provas produzidas no processo.

A Polícia Civil declarou que o inquérito foi conduzido conforme a lei, assegurando o direito à defesa do acusado e foi encaminhado à Justiça para as medidas legais necessárias.

Essa é a terceira versão apresentada por Renê Nogueira Junior sobre os fatos. Primeiro afirmou que foi um acidente, depois disse que atirou para o alto após uma discussão e que só soube da morte horas depois.

Ele negou ter atirado diretamente no gari e afirmou que teve oportunidade de atirar em outras pessoas, mas não o fez. Segundo seu depoimento, ficou parado cerca de 30 minutos no trânsito antes do crime e jamais atiraria por isso.

Nogueira é réu confesso pela morte de Laudemir de Souza Fernandes, ocorrida em agosto. Está preso desde o dia do crime.

O ex-empresário disse que confessou devido a ameaças feitas a sua esposa, delegada Ana Paula Lamego Balbino, por policiais.

Ele também relatou estar armado por causa de ameaças de um antigo sócio, supostamente envolvido com jogo do bicho em Belo Horizonte.

O crime aconteceu após uma discussão entre Renê e a motorista do caminhão de lixo, ocasião em que o gari Laudemir e outros colegas saíram para defender a mulher. O empresário então pegou uma arma e disparou contra o gari, que foi socorrido, mas não resistiu.

Renê fugiu do local, mas foi preso horas depois em uma academia de alto padrão no bairro Estoril, uma região nobre da capital mineira.

A promotoria também acusa Renê de fraude processual por tentar enganar a polícia, solicitando à esposa que entregasse uma arma diferente da usada no crime, o que ela não fez.

O promotor Claudio Barros prevê que uma decisão final sobre o caso possa ser tomada em até um ano.

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