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terça-feira, 16/09/2025

Acordo Mercosul-EFTA será fechado nesta terça-feira amid tarifas altas

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O Mercosul formaliza nesta terça-feira (16/9) o acordo de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), que inclui Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. A ratificação ocorre em um momento de tensão, com o governo dos Estados Unidos fazendo novas ameaças ao Brasil, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou na segunda-feira (15/9) que a condenação de Bolsonaro será enfrentada pelo governo norte-americano. O ex-presidente foi sentenciado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por envolvimento em uma tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Temos juízes ativistas, um deles em particular, que não só perseguiu Bolsonaro, mas também tentou impor reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos e aqueles que postassem conteúdo online dos Estados Unidos, chegando a ameaçar ações ainda mais severas. Portanto, haverá uma resposta dos EUA”, afirmou o secretário.

O que é o Mercosul?

O Mercosul é um bloco político e econômico sul-americano que busca integrar seus países membros através do comércio livre de bens, serviços e outros setores produtivos. Composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o bloco também está em processo de integrar a Bolívia, o que pode levar até quatro anos.

Além dos membros, o Mercosul conta com países associados como Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Panamá, Peru e Suriname. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, no período de janeiro a maio de 2025, o comércio entre os membros do Mercosul atingiu R$ 17,5 bilhões.

Importância do acordo Mercosul-EFTA

Segundo Leonardo Paz, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as pressões econômicas dos Estados Unidos incentivam o fortalecimento de acordos comerciais e a diversificação de parceiros. Ele destaca que, embora o volume do acordo com a EFTA seja pequeno, seu valor reside na elevada renda per capita dos países envolvidos.

Leonardo Paz acrescenta que o acordo beneficiará principalmente as exportações brasileiras de produtos agropecuários e minerais e oferecerá oportunidades para a indústria manufatureira do país, que atualmente enfrenta dificuldades para inserir seus produtos no mercado internacional.

O acordo está sendo assinado enquanto o Brasil ocupa a presidência do Mercosul, mas os últimos ajustes foram realizados durante a gestão da Argentina, que terminou em julho.

Expectativas com o acordo Mercosul-União Europeia

O Brasil aposta na ratificação do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esperando a assinatura até o final do ano, período em que o Brasil deixará a presidência do bloco.

O acordo com a EFTA prevê que quase 99% das exportações brasileiras tenham acesso livre ou preferencial aos mercados do bloco. Produtos agrícolas importantes, como carnes, milho, soja, café e frutas, terão cotas ou isenção de tarifas.

Além disso, a proposta propõe a remoção imediata de 100% das tarifas de importação da EFTA para bens industriais e produtos pesqueiros. Por sua vez, o Mercosul concorda em liberalizar aproximadamente 97% do comércio.

O governo brasileiro prevê que essa medida tenha um efeito positivo inicial de R$ 2,69 bilhões sobre o Produto Interno Bruto (PIB), com um crescimento de R$ 660 milhões nos investimentos projetados para 2044.

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