A Construtora Tenda divulgou resultados positivos no terceiro trimestre de 2025, com receita líquida consolidada de R$ 1,135 bilhão, representando um aumento de 24%. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento nas vendas de apartamentos e na elevação do preço médio por unidade, resultando em alta superior a 10% nas ações da empresa.
O desempenho expressivo acontece mesmo com a taxa Selic em 15%. Segundo Luiz Mauricio Garcia, CFO da companhia, a empresa mantém bons resultados graças ao financiamento imobiliário via FGTS, que oferece taxas entre 5% e 9%, muito inferiores à taxa básica de juros.
A construtora mantém o foco em habitação popular, atuando principalmente nas faixas 1, 2 e 3 do programa Minha Casa Minha Vida. Garcia destacou que, no início do ano, a empresa ampliou sua atuação na faixa 3, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 8 mil, buscando um equilíbrio entre as diferentes faixas do programa.
No segmento Alea, que trabalha com casas pré-moldadas de madeira, a empresa registrou prejuízo superior a R$ 34 milhões e margem bruta negativa de 3,8%. Para reverter essa situação, a construtora está implementando mudanças estratégicas, incluindo a redução da dispersão geográfica e a verticalização da mão de obra em um raio médio de 50 a 60 km.
A expectativa é que a redução da taxa básica de juros, prevista para iniciar entre janeiro e março do próximo ano, tenha impacto positivo nos resultados. Atualmente, a Tenda gasta cerca de R$ 160 milhões anuais em despesas financeiras líquidas, e a diminuição da Selic pode reduzir esses custos, ampliando sua capacidade de investimento.
