20.5 C
Brasília
segunda-feira, 11/08/2025

Aborto legal: mulher agredida pelo marido após gravidez por estupro enfrenta complicações médicas

Brasília
céu limpo
20.5 ° C
20.5 °
18.1 °
39 %
2.6kmh
0 %
ter
29 °
qua
31 °
qui
30 °
sex
30 °
sáb
23 °

Em Brasília

Uma jovem de 24 anos sofreu agressões do então companheiro após engravidar em decorrência de um estupro ocorrido em um prédio no Setor Hoteleiro Norte (SHN) em fevereiro deste ano. O caso está sob investigação da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Além da violência doméstica, a mulher enfrentou uma grave complicação médica durante a realização de um aborto legal no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), onde sofreu perfurações no útero e no intestino, o que resultou no uso de uma bolsa de colostomia.

A vítima, que escondia a situação por medo, revelou a gravidez decorrente do estupro à pastora da igreja que frequenta. O ex-companheiro descobriu a gravidez ao ler mensagens entre a mulher e a religiosa, e passou a agredi-la fisicamente e verbalmente. Após registrar um boletim de ocorrência, a jovem foi abrigada com a filha, de 2 anos.

O aborto ocorreu em 23 de abril, conforme previsto pela lei para casos de gravidez resultante de violência sexual. Após o procedimento, a paciente apresentou dores intensas e sangramentos, mas recebeu alta do hospital naquele mesmo dia, mesmo sem uma avaliação adequada de sua condição.

No dia seguinte, devido à gravidade dos sintomas, ela foi transferida para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) para um novo procedimento cirúrgico, passando a usar uma bolsa de colostomia. Em 30 de abril, retornou ao abrigo.

Como a permanência máxima no abrigo é de três meses, ela deixou a unidade em 31 de julho. A jovem, que trabalhava em um restaurante, foi demitida em função da bolsa de colostomia e atualmente conta apenas com um auxílio-aluguel de R$ 600.

Angelo José Martins de Mattos, advogado da vítima, criticou a conduta da médica responsável pelo atendimento, classificando-a como negligente e imprudente, enfatizando a necessidade de maior sensibilidade e cuidado no tratamento de pacientes em situação vulnerável.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que está ciente do caso e que todos os protocolos assistenciais foram seguidos desde o início do atendimento. A pasta esclareceu que, após a intercorrência, a paciente recebeu assistência imediata e continua com acompanhamento médico contínuo. O fato está sendo investigado conforme os protocolos de segurança do paciente, e a SES-DF ressaltou seu compromisso com a ética e sigilo das informações em saúde.

Veja Também