O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta terça-feira (23/9), ao abrir a 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que garantir a paz é a principal responsabilidade dos países membros.
A cerimônia de abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU aconteceu em Nova York nesta terça-feira (23/9), focando as discussões na Palestina e no conflito na Faixa de Gaza, que resultou na morte de mais de 65 mil palestinos.
Após o discurso de Guterres, será a vez do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falar, mantendo a tradição do dirigente brasileiro ser o primeiro líder a discursar. Em seguida, discursará o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Reconhecimento da Palestina
A maioria das nações membros da ONU apoia a solução de dois Estados para a disputa entre judeus e palestinos, reconhecendo oficialmente a Palestina.
Até agora, 151 países adotaram essa posição, incluindo o Brasil.
Apesar da pressão global, o governo de Israel tem bloqueado as negociações de paz, recusando-se a aceitar a solução de dois Estados.
Antes mesmo do início da Assembleia, já se sabia que esse tema seria central, especialmente após vários países, incluindo membros do G7, reconhecerem oficialmente a Palestina.
Entre os países que recentemente reconheceram a Palestina estão França, Mônaco, Luxemburgo, Bélgica, Malta e Andorra, em uma conferência realizada em 22/9 a pedido de França e Arábia Saudita, para discutir a solução de dois Estados para o conflito entre palestinos e judeus.
Durante o encontro, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva denunciou o que chamou de genocídio cometido por Israel contra os palestinos e afirmou que os ataques terroristas do Hamas não justificam o “massacre indiscriminado de civis”.
“Nada justifica tirar a vida ou mutilar mais de 50 mil crianças”, declarou Lula. “Nada justifica destruir 90% dos lares palestinos, usar a fome como arma de guerra, nem alvejar pessoas famintas em busca de ajuda”.
Resistência de Israel e dos Estados Unidos
Israel criticou duramente a pressão internacional para o reconhecimento da Palestina, classificando qualquer tentativa de solução pacífica como uma recompensa ao terrorismo, segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Netanyahu prometeu expandir os assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada, o que é considerado ilegal pelo direito internacional e pela comunidade internacional.
Os Estados Unidos também se manifestaram contrários à decisão de vários países, pouco antes do início da Assembleia.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou na segunda-feira (22/9) que o presidente Trump discorda da decisão de reconhecer a Palestina como Estado.
EUA e Israel foram parte dos poucos países que votaram contra uma resolução proposta à ONU em julho para uma solução pacífica do conflito em Gaza.
Conhecida como a “Declaração de Nova York”, essa proposta sugere a formação de um governo sem o Hamas e o reconhecimento da Palestina como Estado com base nas fronteiras de 1967.