O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) deveria representar o início de um caminho de apoio para as famílias. Contudo, para muitos que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS), essa descoberta traz o começo de um difícil enfrentamento com a burocracia, a falta de vagas e o preconceito.
No documentário “Outros Espectros”, mães brasilienses como Cristiane Gonçalves, de 30 anos, e Giovana Alves, de 23 anos, compartilham suas experiências nas dificuldades em conseguir um tratamento adequado para seus filhos, ambos com autismo grau dois de apoio.
Elas ressaltam a demora para acessar centros especializados, o medo constante de terem o suporte do SUS negado ou interrompido, e os desafios logísticos e financeiros para quem vive fora do centro de Brasília ter acesso ao atendimento público de saúde.
O documentário também mostra a falta de um levantamento nacional detalhado que informe quantas pessoas com autismo existem no Brasil, onde vivem, se recebem atendimento adequado e quais são as necessidades principais das famílias.
Em resposta a um pedido pela Lei de Acesso à Informação (LAI), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) revelou que não possui dados consolidados sobre os diagnósticos de autismo feitos pelo SUS na capital entre 2021 e 2024, que incluam gênero, idade e locais de atendimento.