Brasília nasceu arte, com curvas e traços reconhecidos como obras-primas no mundo todo. Em Brasília nasce arte, artistas se formam com a cidade, acompanham o crescimento, movimento dos transeuntes em cores, formas e texturas. Na capital federal nasceu a arista plástica Clarice Gonçalves, que aos 29 anos expõe pela primeira vez fragmentos da própria história e a relação com Taguatinga, cidade onde foi criada.
Na mostra-ocupação, Peça — pinturas de Clarice Gonçalves, a artista expõe aproximadamente 12 telas — peças de ateliê, escolhidas de forma despretensiosa, mas não pouco cuidadosa, visto que parte delas retrata a infância da artista e família nos primórdios de Taguatinga como cidade pulsante que é hoje. “É primeira vez que faço exposição em Taguatinga e a mostra fala um pouco disso, da minha história com a cidade. Estou muito contente em apresentar meu trabalho”, descreve.
Na arte de Clarice, o corpo da obra, a afinidade entre estas imagens, se dá, como ela própria narra, de forma cíclica, “produzindo diálogos e narrativas das mais diversas, ao serem dispostas, avizinhadas, inquilinas umas das outras.”
As pinturas dialogam entre si com vozes vindas de diferentes épocas de produção. “O assunto ao invés de se esgotar na massificação da produção, (visando uma montagem/apresentação uniforme), amadurece, e ressurge em uma oitava acima, em meio a produção mais recente, o ‘dito’ de antes ressurge e acrescenta sua fala, como um adágio, ou conselho vó”, detalha.
Fonte: Correio web