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domingo, 07/12/2025

6 motivos simples para entender a prisão do ex-chefe do INSS

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ANA PAULA BRANCO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O ex-chefe do INSS, Alessandro Stefanutto, foi detido pela Polícia Federal na manhã de quinta-feira (13), durante uma nova etapa da Operação Sem Desconto. Essa ação investiga um esquema que cobrava descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.

A defesa de Stefanutto afirma que ele não teve acesso à decisão que ordenou sua prisão e considera a detenção ilegal, pois ele não atrapalhou as investigações e colaborou desde o começo.

Stefanutto, que trabalha na Advocacia Geral da União, assumiu o INSS em julho de 2023 e foi afastado em abril de 2025, logo após as fraudes serem descobertas.

6 MOTIVOS QUE LEVARAM À PRISÃO DE STEFANUTTO

  1. ESQUEMA BILIONÁRIO DE DESCONTOS ILEGAIS
    A operação investiga um esquema que teria retirado R$ 6,3 bilhões de aposentados entre 2019 e 2024 sem autorização. O golpe envolvia descontos feitos por associações fantasmas.
    Durante a gestão de Stefanutto, o INSS prometeu melhorar o controle desses descontos, mas não conseguiu implementar as mudanças antes de seu afastamento.
    Uma auditoria mostrou que muitas dessas entidades não tinham capacidade real para oferecer os serviços alegados.
    O INSS, sob sua liderança, não bloqueou nem suspendeu repasses a associações suspeitas, o que permitiu a continuidade da fraude. A polícia federal investiga se houve omissão na alta administração.
  2. FALHAS NO CONTROLE INTERNO DO INSS
    Investigadores descobriram que dados falsos foram inseridos para permitir descontos indevidos, formando uma rede de corrupção bem organizada.
    Stefanutto é acusado de manter pessoas ligadas ao esquema em cargos estratégicos, mesmo depois de denúncias.
    Ele nega envolvimento direto, mas investigadores acreditam que manter esses servidores pode indicar conivência.
  3. TENTATIVA DE INTERFERIR NAS INVESTIGAÇÕES
    A prisão foi autorizada pelo ministro do STF, André Mendonça, após pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral.
    Mandados de prisão e busca ocorreram simultaneamente.
    Há indícios de que Stefanutto tentou atrapalhar a coleta de provas e substituir servidores que colaboravam com a investigação.
    E-mails mostrariam que ele questionou a suspensão das associações investigadas para não afetar a folha de pagamento.
  4. MOVIMENTAÇÕES FINANCEIRAS SUSPEITAS
    Em seu depoimento na CPI do INSS, Stefanutto foi questionado sobre transações bancárias de R$ 280 mil, explicadas por ele como transferências entre suas contas para pagar um financiamento.
    A Polícia Federal encontrou incoerências e busca esclarecer a origem desse dinheiro e possíveis ligações com empresas ligadas ao esquema.
  5. RELACIONAMENTO COM DIRIGENTES DE ASSOCIAÇÕES
    A CPMI do INSS autorizou a quebra de sigilos de Stefanutto para rastrear comunicações e movimentações financeiras.
    Mensagens em celulares apreendidos o mencionam como “amigo do sistema”.
    Ele nega conhecer envolvidos e diz nunca ter intermediado liberação de descontos.
  6. CONFRONTO NA CPMI COM PARLAMENTARES
    Stefanutto teve um momento tenso na CPMI, quando foi acusado pelo relator, deputado Alfredo Gaspar, de ser o responsável maior pelo esquema de fraude.
    Ele rebateu as acusações, falando que está sendo usado como bode expiatório político.
    Foi pedido sua prisão em flagrante por desacato, mas o pedido foi negado pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana.

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