Por Mateus Péres
Mais de duas mil pessoas aguardam por um doador de medula óssea no Brasil. A chance de encontrar alguém compatível entre pessoas sem parentesco é muito pequena: cerca de 1 em 100 mil. Por isso, o país tem incentivado o cadastro de doadores para aumentar as chances de salvar vidas.
Em 20 de setembro de 1995, foi realizado o primeiro transplante de medula óssea entre pessoas sem parentesco no Brasil.
A doadora Suely Waltson ajudou a salvar a vida da menina Aline Cristina Favoretto, que tinha 11 anos na época. Trinta anos depois, esse marco continua a inspirar campanhas e reforça a importância de doar medula óssea voluntariamente. Esse ato de solidariedade mudou a história da medicina no país.
Registro
Esse progresso trouxe novas esperanças para quem aguarda um transplante.
O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), criado em 1993 com poucos voluntários, hoje conta com quase seis milhões de doadores cadastrados. Isso coloca o Brasil como o terceiro maior registro mundial, atrás dos Estados Unidos e da Alemanha.
Crescimento rápido
“Cada pessoa pode fazer a diferença nessa campanha. Os relatos emocionam, inspiram e motivam atos que salvam vidas: o cadastro como doador e a atualização dos dados pessoais”, diz a hematologista Danielli Oliveira, coordenadora do Redome.
História que abriu caminho
Apesar das baixas chances de compatibilidade, Suely se cadastrou no recém-criado Redome. Pouco tempo depois, descobriu-se que ela era compatível com Aline, que enfrentava uma doença grave.
O transplante deu certo e mudou o futuro da menina. Hoje adulta e saudável, Aline simboliza a esperança que a doação pode trazer. Esse caso abriu caminho para que o Brasil fosse reconhecido mundialmente e incentivou muitas pessoas a se tornarem doadoras.
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A história de Suely e Aline permanece viva 30 anos depois. Mais do que um feito médico, o primeiro transplante entre não aparentados mostrou que a solidariedade pode superar as estatísticas e transformar vidas. Cada novo cadastro fortalece essa corrente e cria mais chances de esperança.
Data lembrada
O aniversário de 30 anos do primeiro transplante coincide com o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, comemorado em 20 de setembro em mais de 60 países. Essa data homenageia os doadores e destaca a importância de manter os dados atualizados, pois cada novo contato pode salvar uma vida.
Para marcar a ocasião, o Redome lançou uma história em quadrinhos mostrando Suely e Aline como heroínas. A mensagem é clara: todo voluntário pode ser um herói, capaz de transformar o futuro de alguém com um simples gesto.
Supervisão de Luiz Claudio Ferreira