Emmanuel Macron anunciou que 26 países concordaram em apoiar a formação de uma força de segurança destinada à Ucrânia, que seria ativada após um possível acordo de paz com a Rússia para evitar novos ataques de Moscou.
Essa força atuaria como um componente chave nas garantias de segurança oferecidas por uma coalizão majoritariamente europeia, caso a guerra termine por meio de um cessar-fogo ou acordo pacífico.
Entretanto, há uma preocupação crescente de que o presidente russo, Vladimir Putin, não esteja interessado em negociar um acordo de paz, especialmente após sua recente visita a Pequim.
O papel dos Estados Unidos nesse apoio permanece indefinido, embora líderes europeus tenham discutido o assunto com o presidente Donald Trump em videoconferência, organizada por Macron. O encontro contou também com a participação do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e de outros líderes como o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, este por videoconferência.
A cúpula em Paris evidenciou a intenção da Europa de agir independentemente de Washington, após mudanças na política externa dos EUA conduzidas por Trump, incluindo negociações diretas com Putin.
Representando os EUA, o enviado especial Steve Witkoff reuniu-se também separadamente com Zelenski.
Macron destacou que, embora algumas nações ainda não tenham definido sua posição, 26 países comprometeram-se formalmente a enviar tropas para uma força de segurança que atuaria na Ucrânia no solo, mar ou ar, mas não diretamente na linha de combate. O objetivo é conter qualquer nova agressão significativa.
O presidente francês acrescentou que também é fundamental revitalizar o exército ucraniano para que ele não só resista, mas dissuada a Rússia de futuros ataques.
Apesar da disposição declarada pelos Estados Unidos em participar das garantias de segurança, a extensão de seu envolvimento permanece incerta.
Há divergências internas na coalizão: o chanceler alemão Friedrich Merz adotou uma postura cautelosa quanto ao envolvimento militar, enquanto a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni indicou que seu país não enviará tropas, mas pode apoiar a fiscalização de um eventual acordo.
Antes da cúpula, a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que Moscou não aceitaria tropas estrangeiras em seu território sob qualquer forma.
A insatisfação no Ocidente cresce diante da aparente relutância de Putin em encerrar o conflito, com Macron acusando a Rússia de tentar ganhar tempo enquanto intensifica ataques contra civis.
Zelenski valorizou a reunião com Trump, destacando discussões sobre sanções e proteção aérea para a Ucrânia, enfatizando a importância de medidas econômicas rigorosas para pôr fim à guerra.
Já a Casa Branca aumentou a pressão para que países europeus suspendam a compra de petróleo russo, alegando que essa receita financia o conflito.
Os diálogos ocorreram em meio às recentes viagens de Putin à China e aos Estados Unidos, incluindo seu encontro com Trump no Alasca no mês anterior.