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quinta-feira, 21/11/2024
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Com reabertura do Aeroporto Salgado Filho, Gramado quer voltar a ser destino nacional

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Secretário do Turismo de Gramado explicou à EXAME como a volta do aeroporto de Porto Alegre tem deixado o município serrano otimista

Foto: Fraport Brasil/ Divulgação

Localizado na região metropolitana de Porto Alegre, o Aeroporto Salgado Filho está fechado há mais de seis meses. Durante as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio, tanto os terminais quanto as pistas ficaram inundados. Após muita espera, a previsão é que as operações sejam retomadas no próximo dia 21. Com as operações, o que volta também é o otimismo entre os entusiastas do turismo gaúcho, sobretudo com Gramado.

Em 2023, a cidade recebeu 8,2 milhões de visitantes, num ano que marcou a grande recuperação do estado desde a pandemia da Covid-19. “O turismo representa 86% da economia de Gramado. Ou seja, podemos dizer que ele é responsável pela existência da cidade, que lá no passado escolheu ter uma matriz econômica baseada no turismo”, afirma o secretário da pasta da cidade, Ricardo Reginato, à EXAME.

As demais atividades do município existem, e funcionam bem, pelo turismo. “Em vez de escoar a produção, atraímos o comprador”, simplifica o secretário.

No dia de maior atividade em 2023, foram 132 mil pessoas circulando pelas ruas da cidade em um único dia. Isso significa que, a cada 4 pessoas, pelo menos 3 eram turistas nos dias de pico do ano passado. Para entender a magnitude disso, a cidade, com apenas 40 mil habitantes, conta com mais de 26 mil leitos hoteleiros.

No entanto, após a catástrofe no estado, a cidade teve ocupação de apenas 13% destes leitos. Em junho de 2023, a cidade fechou o mês com 76% de ocupação — no mesmo período de 2024, essa taxa foi para 54%. A previsão era de 80%.

Sem o aeroporto de Porto Alegre, que fica a menos de duas horas de carro de Gramado, os visitantes que quisessem conhecer a cidade tinham que despender mais tempo e dinheiro. Os pontos mais próximos para chegar ao município por via aérea, sem o Salgado Filho, eram Caxias do Sul, Jaguaruna, Florianópolis, Pelotas e Santo Ângelo. A distância entre Florianópolis a Gramado, por exemplo, ultrapassa cinco horas percorridas de carro.

Eperança pela volta do turismo nacional

O turismo da cidade é baseado no mercado nacional. Mas, sem o aeroporto, o foco passou a ser regional. “Nos últimos meses acabamos priorizando nossas campanhas de comunicação nos mercados da região Sul do Brasil, além de Uruguai, Paraguai e Argentina”, exemplifica Reginato.

Em julho de 2023, o mercado de São Paulo representou 30% da movimentação, atrás apenas dos gaúchos e na frente dos catarinenses. Em 2024, a ordem se inverteu. Os catarinenses foram 28% e os paulistas passaram a representar apenas 19%.

A volta do aeroporto é um sopro de esperança para os gramadenses. “Só faltava ele. Tínhamos tudo para oferecer, menos a conectividade”, afirma o secretário.

Desde o final de maio, tudo já estava funcionando em Gramado. Na época, uma convocatória para que o empresário local retomasse as atividades ao final do mês foi feita. “No fim do mês já tínhamos 85% da cadeia de turismo funcionando na cidade. Apenas não abriram aqueles que sofreram danos estruturais ou aqueles que tinham mais de uma unidade. Desde então, operamos integralmente, com fluxo ou sem fluxo”, explica. Hoje, sem o aeroporto, a ocupação dos leitos hoteleiros da cidade flutuam entre 40% e 45% aos fins de semana, com 30% em dias de semana.

“Em maio estávamos vindo com uma projeção maior do que a do ano passado. Mas os meses de maio até setembro foram quase que um hiato: parece que não existiu”, diz Ricardo Reginato.

No mês de julho — pleno mês de férias e inverno — dos 26 mil leitos hoteleiros, apenas 55% foram ocupados. O prejuízo na atividade econômica estimado, por causa das enchentes, já superam a marca de R$ 1 bilhão. Mas, com a volta do Aeroporto Salgado Filho, a expectativa da pasta é que a ocupação fique entre 30% e 70% até o fim do ano.

Voos e decolagens no Salgado Filho

À EXAME, as companhias aéreas brasileiras afirmaram que vão retomar os voos no aeroporto de Porto Alegre já na segunda-feira, 21.

A Azul terá o maior movimento diário, com pico de 60 movimentos diários (pousos e decolagens), além de reforçar sua posição de empresa com a maior malha no Estado do Rio Grande do Sul. A companhia aérea passa a conectar novamente Porto Alegre com as cidades de Campinas (SP), Curitiba (PR), Belo Horizonte (Confins-MG), Congonhas e Guarulhos (SP), Galeão (RJ), além de ligações regionais para os municípios de Santa Maria, Santo Ângelo, Pelotas e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.

Já a Gol terá uma oferta inicial, entre 21 e 26 de outubro, de 20 voos diários (chegadas e partidas) entre Porto Alegre e Congonhas (CGH), Galeão (GIG) e Guarulhos (GRU). A partir de 27 de outubro, haverá aumento para 34 voos diários (17 pousos e 17 decolagens), dos quais nove (idas e voltas) serão entre Congonhas e Porto Alegre, quatro envolvendo o Galeão, três para Guarulhos e um para Brasília. Em 16 de dezembro, a Gol terá aumento da sua oferta de voos em POA com 40 voos diários (20 decolagens e 20 pousos) no Salgado Filho na alta temporada de verão.

E a Latam vai operar 10 voos diários entre o aeroporto Salgado Filho e outros três destinos no Brasil a partir do dia 21. A oferta aumenta a partir de 27 de outubro, com 15 a 17 voos diários para 5 destinos domésticos. A retomada de 100% dos voos na capital gaúcha será realizada a partir de 16 de dezembro, segundo a concessionária Fraport, quando a companhia passará a oferecer 20 a 22 voos diários para 5 destinos domésticos. Antes das enchentes, a Latam operava 23 voos diários entre Porto Alegre e 8 destinos no Brasil.

Com o retorno parcial das operações no Aeroporto Salgado Filho, as companhias vão suspender suas operações na base aérea de Canoas. Clientes com passagens emitidas para voar de ou para a base aérea a partir de 21 de outubro serão reacomodados para Porto Alegre, no Salgado Filho.

EXAME

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