Em entrevista à Bloomberg na noite de quinta-feira, vice-presidente disse, no entanto, que impacto da crise na imagem de governo é limitado
Os filhos do presidente Jair Bolsonaro deveriam parar de gerar crises com potencial de dano ao governo, disse o vice-presidente Hamilton Mourão, em meio ao embate que envolve o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) e Carlos Bolsonaro.
Em entrevista à Bloomberg na noite de quinta-feira, Mourão ponderou que as discussões protagonizadas pelo clã nas redes sociais são ruins, mas ainda não afetaram a imagem do governo.
“Diz a velha prática que roupa suja a gente lava no tanque da casa e não da casa dos outros. Esta crise está ligada às denúncias em relação aos gastos de campanha do PSL e a um certo protagonismo do filho do presidente que, no afã de defender o pai, interferiu levando as discussões e debates em rede social que acabam sendo de domínio público, o que não é bom”, disse.
Denúncias de financiamento irregular de campanha envolvendo Gustavo Bebianno, que presidiu o PSL durante a corrida eleitoral, causaram um racha entre a família do presidente, amigos e aliados, o que incluiu um tweet de seu filho Carlos chamando o ministro de “mentiroso”.
O escândalo, o segundo envolvendo um dos filhos do presidente desde que ele assumiu o cargo em 1º de janeiro, é o mais recente sinal de crescente rivalidade no núcleo do poder e surge em momento inoportuno.
O governo enviará ao Congresso, na próxima semana, a proposta de reforma da Previdência, que precisa de ampla maioria para ser aprovada e é vista como o divisor de águas do sucesso ou insucesso de Bolsonaro.
Apesar da turbulência, Mourão disse acreditar que o governo retomará a normalidade, com o retorno de Bolsonaro a Brasília, depois de 17 dias internado em hospital em São Paulo.
“Por enquanto, vejo um impacto muito limitado. Com a volta do presidente, as coisas começam a voltar ao normal e essas ‘futriquinhas’ vão ficar pelo caminho.”