Pesquisa sugere que alguns tipos de anti-inflamatórios não-esteroides aumentam o risco de parada cardíaca
São Paulo — Uma nova pesquisa publicada recentemente pela revista científica European Heart Journal e comandada pelo Hospital Universitário Gentofte, de Copenhague, sugere que o uso de alguns tipos de anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) pode ser prejudicial ao coração.
De acordo com o estudo, anti-inflamatórios como diclofenaco, naproxeno, ibuprofeno, rofecoxib (retirado de circulação desde 2004), celecoxib e outros estão associados ao aumento do risco de parada cardíaca.
Para chegar a essa conclusão, entre os anos de 2001 e 2010, pesquisadores analisaram as paradas cardíacas registradas na Dinamarca fora dos hospitais, das 28.947 pessoas que sofreram uma parada cardíaca, 3.376 utilizaram algum tipo de anti-inflamatório até 30 dias antes de o problema acontecer, ou seja, quase 12% delas.
Entre as pessoas que utilizaram algum tipo de AINEs antes de sofrer a parada cardíaca, 51% delas consumiram ibuprofeno e 21,8% fizeram uso do diclofenaco – os dois anti-infamatórios não-esteroides mais consumidos na Dinamarca.
Ainda segundo o estudo, o aumento do risco de parada cardíaca com o uso do ibuprofeno é de mais de 30%. Já o uso do diclofenaco pode aumentar a incidência do problema em 50%.
Entre os anti-inflamatórios não-esteroides, o naproxeno se mostrou o menos prejudicial. O estudo afirmou também que os AINEs estão entre os medicamentos mais utilizados no mundo. Entre a população adulta dinamarquesa, 50% das pessoas já utilizaram algum tipo de anti-inflamatório não-esteroide no país.
No Brasil, a situação não é muito diferente e o uso indiscriminado de anti-inflamatório sem receita é recorrente. De acordo com o livro Tarja Preta – Os segredos que os médicos não contam sobre os remédios que você toma, de Marcia Kedouk, um dos 10 medicamentos mais vendidos é composto por diclofenaco.