População pode encontrar acolhimento e amparo em 18 unidades dos centros de Atenção Psicossocial
Mais de 355 mil pessoas foram atendidas nos centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Distrito Federal nos últimos dois anos: 178.988 em 2022 e 176.628 em 2021. As instituições são destinadas ao tratamento de sofrimentos mentais graves e persistentes, decorrentes ou não do abuso de álcool e drogas, com foco nos processos de reinserção e reabilitação psicossocial.
A assistência ocorre por demanda espontânea ou via encaminhamento de outros setores da rede de saúde ou da rede intersetorial. Interessados podem ir por conta própria a alguma das 18 unidades da instituição portando documento oficial de identificação com foto, cartão do SUS e, se possível, comprovante de residência. Pessoas em situação de rua não precisam mostrar nenhum tipo de documentação.
A psicóloga da Diretoria de Atenção à Saúde Mental da Secretaria de Saúde, Priscila Estrela, ressalta que, devido ao caráter comunitário, os centros são abertos para toda a população. “Qualquer um com necessidade de atendimento é recebido, acolhido e tem sua demanda avaliada, mas, não necessariamente seguirão com o tratamento na unidade”, explica.
“Muitas vezes, a pessoa só tem aquela oportunidade de falar sobre o que está passando e precisa do acolhimento. Devemos entender que depressão, ansiedade ou outro distúrbio são quadros psiquiátricos e têm tratamento”Priscila Estrela, psicóloga da Diretoria de Atenção à Saúde Mental
Segundo ela, o espaço para compartilhar angústias contribui com a saúde mental da população e ajuda a desmistificar preconceitos. “Muitas vezes, a pessoa só tem aquela oportunidade de falar sobre o que está passando e precisa do acolhimento. Devemos entender que depressão, ansiedade ou outro distúrbio são quadros psiquiátricos e têm tratamento”, diz Estrela.
Pessoas com quadros leves são assistidas nas unidades básicas de saúde e os moderados são encaminhados, via regulação, para os ambulatórios. Já casos considerados graves permanecem sob a tutela dos Caps, para acompanhamento por equipe multiprofissional.
Os atendimentos são promovidos por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos psiquiatras, clínicos e pediatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, equipe de enfermagem e farmacêuticos. Ocorre ainda articulação intersetorial para abarcar todas as demandas dos pacientes.
“Os usuários chegam com múltiplas questões e precisam de suporte intersetorial, em que há articulação com outras secretarias, como de Assistência Social, Educação e Justiça, e até com outros setores dentro da Secretaria de Saúde”, afirma Estrela.
Especialidades
Os centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) atendem crianças e adolescentes de até 18 anos incompletos, para casos de transtornos mentais graves, e até os 16 anos incompletos, para pacientes que fazem uso de substâncias psicoativas. São quatro unidades, localizadas na Asa Norte, Taguatinga, Recanto das Emas e Sobradinho, que funcionam de segunda a sexta, das 7h às 18h.
O Centro de Atenção Psicossocial I, localizado em Brazlândia, contempla pessoas de todas as idades com sofrimento psíquico intenso e uso de álcool e outras drogas, em dias úteis, no horário comercial.
Os Caps II e III são destinados a maiores de 18 anos com intenso sofrimento mental. As unidades do Caps II estão no Paranoá, Planaltina, Taguatinga e Riacho Fundo, que funcionam de segunda a sexta, em horário comercial. O Caps III fica em Samambaia e funciona ininterruptamente.
Os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD) II e III oferecem acolhimento e tratamento para pessoas a partir de 16 anos com transtornos mentais graves causados pelo uso de álcool e outras drogas. Os Caps AD II estão no Guará, Santa Maria, Sobradinho e Itapoã e atendem de segunda a sexta, em horário comercial. Os Caps AD III ficam em Ceilândia, Samambaia e Brasília, com funcionamento 24 horas.