No sábado, o governador da região de Kaliningrado, Anton Alikhanov, informou que a companhia estatal de caminhos de ferro lituana, a Lithuanian Railways, havia cessado o trânsito ferroviário de mercadorias sancionadas entre a Rússia e o seu exclave situado na costa do mar Báltico, devido as “restrições da União Europeia”.
“Esta decisão é verdadeiramente sem precedentes. É uma violação de tudo. Entendemos que isto está relacionado com a decisão relevante da União Europeia (UE) de estender as sanções ao trânsito. Isso também consideramos ilegal”, disse Peskov aos jornalistas nesta segunda-feira (20).
“Precisamos de uma análise séria e aprofundada para elaborar nossas decisões de resposta”, notou ele, acrescentando que este trabalho seria realizado nos próximos dias.
Vilnius começou a impor no sábado (18) uma proibição relativamente ao trânsito de mercadorias sujeitas a sanções da UE entre a Rússia continental e Kaliningrado.
Governador Alikhanov disse que seria afetado o transporte de materiais de construção, produtos de metal, carvão, cimento e produtos de alta tecnologia, entre outros bens.
“Consideramos que isto é uma violação muito grave […] do direito de livre trânsito para dentro e para fora da região de Kaliningrado”, afirmou Alikhanov. Enquanto isso, ele disse que embarcações de São Petersburgo para Kaliningrado conseguiriam “lidar com toda a carga” para evitar a escassez local.
A chancelaria russa informou hoje (21) em um comunicado que Moscou se reserva o direito de agir para proteger os seus interesses se, em um futuro próximo, o trânsito de cargas não seja retomado.
“A este respeito declaramos que, se em um futuro próximo o trânsito de mercadorias entre a região de Kaliningrado e o resto da Federação da Rússia através da Lituânia não for restabelecido na sua totalidade, a Rússia se reserva o direito de agir para proteger os seus interesses nacionais”, lê-se na declaração.
Kaliningrado tem uma população de cerca de um milhão de pessoas e é a base da Frota do Báltico da Rússia. Moscou foi obrigada a reforçar suas defesas áreas e de mísseis da região nos últimos anos devido às tensões com a OTAN e declarações do bloco de “tomar” o exclave russo.