A rede social é suspeita de omissão após casos de lives com automutilação e violência em canais frequentados por público menor de idade
A Polícia Civil de São Paulo (PC-SP) instaurou um inquérito para investigar a rede social Discord por apologia à violência digital. A instituição afirma ter “intensificado o monitoramento de grupos e redes sociais para identificar e combater crimes praticados no ambiente virtual”.
A investigação apontou que crianças e adolescentes eram submetidos a lives em canais públicos, onde violência e automutilação eram transmitidos livremente. O Discord teria descumprido uma solicitação emergencial para que fosse derrubada a transmissão ao vivo.
“Como parte desse esforço, foi inaugurado o Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad), uma unidade dedicada a coibir a propagação da violência online, incluindo crimes como estupros virtuais e a comercialização de pornografia infantil”, informou a PC-SP em nota.
Através da Noad, policiais civis, militares e peritos atuam infiltrados em comunidades e grupos digitais, sendo conhecidos como “observadores digitais”, trabalhando 24 horas por dia para detectar e interromper atividades criminosas antes que se concretizem. A polícia informou que, desde a criação do núcleo, foi possível evitar 92 estupros virtuais.
A PC-SP informou, ainda, que a iniciativa marca uma abordagem inédita na repressão a delitos digitais, “focando na prevenção e na resposta rápida a ameaças emergentes no ambiente on-line”.
“Com o avanço da tecnologia e a crescente utilização da internet para a prática de crimes, a atuação do Noad reforça a necessidade de estratégias especializadas para garantir a segurança no mundo digital”, completou.