Procurado pelo g1SC, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) confirmou que recebeu duas representações sobre o caso. O contexto das denúncias, no entanto, não foi detalhado. Outros órgãos também se manifestaram (Veja mais abaixo).
A reportagem entrou em contato com Eduarda Poleza, jovem de 18 anos que se identifica nas redes sociais como coordenadora do projeto, nesta quarta. Até a última atualização deste texto não houve retorno.
Na terça-feira (27), o g1 SC já havia questionado a mulher sobre as denúncias levantadas nas redes sociais e que seriam apuradas pelas autoridades. Em resposta, disse que não havia sido notificada, mas que estava tranquila. Reafirmou também, que o projeto existe.
“Não fomos notificados ainda. Eu estou muito tranquila, acredito que quem não deve não teme. A respeito dos diversos crimes de calúnia, difamação e danos morais, com certeza medidas serão tomadas. pessoas tiram a própria vida por causa disso”, disse.
Um boletim de ocorrências sobre o caso foi feito após a repercussão do caso nas redes sociais, segundo o delegado Felipe Orsi. Responsável pela apuração, o investigador afirmou que até o momento há indícios de fraudes no projeto, mas a prioridade neste momento é confirmar se os valores arrecadados foram destinados à doação
Em nota, a Polícia Civil detalhou também que o modus operandi “consistia em pedir quantias em dinheiro, que seriam destinadas à compra de alimentos para pessoas necessitadas, mas os valores seriam desviados para benefícios próprios”.
“Os indícios de fraude consistem em fotos divulgadas pela Ong, nas quais há uma certa divergência entre datas”, disse o delegado. “E também porque, uma das arrecadadoras dos valores supostamente estava usando um perfil fake (falso)”, afirmou.
Segundo Orsi, não há estimativa do total de pessoas supostamente lesadas. Em comunicado, a Polícia Civil de Santa Catarina orientou a população a buscar se certificar da veracidade e da efetividade de entidades que solicitam doações.
O que dizem órgãos e entidade da cidade?
A prefeitura e a Assistência Social de Blumenau, cidade onde o projeto social ocorreria, também foram procuradas pela reportagem do g1SC. As entidades disseram, na segunda-feira (26), que não havia nenhuma denúncia recebida ou apuração aberta para identificar a veracidade do projeto.
Ainda, de assessoria do município, o projeto social não é cadastrado na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes) e nem recebe recursos junto à prefeitura.
A Arquidiocese de Blumenau, por meio do padre Raul Kestering, afirmou que não tem conhecimento do “Alimentando Necessidades” no município.