Justiça tornou réu o PM Lucas Torrezani, de 28 anos, por matar o músico Guilherme Rocha, de 37 anos em abril deste ano dentro de um condomínio.
Segundo decisão da Justiça que tornou o soldado da PM Lucas Torrezani réu por ter matado Guilherme Rocha em um condomínio em Vitória, o acusado trocou mensagens em um grupo de WhatsApp debochando da morte do músico. “Queria dormir, agora dormiu”, destacou a juíza Lívia Regina Savergnini em um dos trechos da decisão.
Para a juíza, a atitude do réu de 28 anos demonstra frieza.
“Acusado conta com personalidade desprovida de sensibilidade moral, sem um mínimo de compaixão humana, não valorizando o semelhante de forma a ser possível a convivência social, tanto que no dia seguinte ao crime ele se manifestou em um grupo de WhatsApp demonstrando total desapego à vida da vítima Guilherme”, relatou a juíza.
Ainda na decisão, a juíza apontou um outro momento de frieza do soldado da PM logo após os tiros. Quando o soldado atirou no músico, ele ainda ficou acompanhando a vítima agonizar até morrer enquanto terminava com sua bebida alcoólica.
O comportamento de Lucas reforçou, pra a juíza, de que o PM precisa continuar afastado da sociedade.
“A imposição de sua custódia cautelar se mostra necessária para preservação da ordem pública pois presente a possibilidade de repetição da conduta em virtude do acusado novamente consumir de bebida alcoólica na posse de arma de fogo e, com isso, perder o autocontrole e voltar sua frustração contra outra pessoa por mero desentendimento. Registro que o acusado Lucas ocupa o cargo de policial militar e, a meu sentir, tal função é incompatível com a conduta que lhe é atribuída”, destacou a juíza.
O policial está preso preventivamente desde o dia 17 de abril e a decisão reforçou o pedido de prisão preventiva de Lucas Torrezani, de 28 anos. O soldado morava no mesmo condomínio que a vítima e deu um tiro no ombro de Guilherme depois que o músico foi reclamar do barulho que o PM e outros convidados faziam.
Segundo decisão da Justiça, Jordan Ribeiro de Oliveira era uma das pessoas que também estava no local e participou do crime, empurrando o músico durante a discussão, fazendo com que Guilherme perdesse o equilíbrio e caísse. No chão, Guilherme foi baleado.
Durante a decisão, a juíza destacou que há indícios suficientes de que o solado foi o responsável pela morte do músico e que os parentes do militar, que são testemunhas do processo, têm medo de falar sobre o caso.
O advogado Taylon Gigante, que faz a defesa do PM Lucas Torrezani, disse ao g1 que ainda não foi intimado da decisão judicial e que o réu não vai colocar em risco o andamento do processo (leia a íntegra da defesa no final da reportagem).
A defesa afirmou ainda que a prisão preventiva vai ser combatida para mostrar que não há fundamentos que comprovem que o réu vai fugir e que espera que o Judiciário faça essa reparação e que no momento oportuno será esclarecida a realidade dos fatos.