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domingo, 24/11/2024
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Naja no DF: servidor do Ibama é afastado por suspeita de envolvimento com caso

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Em Brasília

De acordo com instituto, funcionário será investigado. Estudante de veterinária Pedro Henrique Krambeck foi picado pela cobra e é suspeito de tráfico de animais.

Cobra Naja que picou estudante em Brasília faz ensaio fotográfico no zoológico — Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, nesta sexta-feira (17), que afastou um servidor do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) suspeito de envolvimento com o caso do estudante picado por uma cobra naja no Distrito Federal.

De acordo com o Ibama, foi instaurado um processo administrativo disciplinar interno para investigar a suposta participação de servidor no caso. O instituto não detalhou quais suspeitas levaram ao afastamento do funcionário.

A naja picou o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, em 7 de julho. No dia seguinte, a Polícia Civil localizou 16 serpentes, que seriam dele, em um haras em Planaltina.

Segundo o Ibama, Pedro não tinha autorização para criar animais exóticos. A corporação investiga se ele fazia parte de um esquema de tráfico de animais (veja mais abaixo).

Cobra king snake apreendida no DF — Foto: Reprodução
Cobra king snake apreendida no DF — Foto: Reprodução

Uma das serpentes apreendidas na semana passada, uma cobra da espécie king snake (veja foto acima), foi encontrada em uma caixa que era de responsabilidade do Cetas, local onde o servidor afastado trabalhava.

Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, foi picado por cobra da espécie naja, no DF — Foto: Arquivo pessoal
Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, foi picado por cobra da espécie naja, no DF — Foto: Arquivo pessoal

 

Após ser picado, Pedro Henrique Krambeck chegou ao hospital consciente, mas o quadro se agravou nas primeiras horas e ele foi levado para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)

O estudante precisou receber soro antiofídico do Instituto Butantan, em São Paulo, por causa da picada da naja – uma das cobras mais venenosas do mundo, originária de regiões da África e da Ásia. A unidade era a única que possuía o soro no país.

Segundo os investigadores, o estudante criava a cobra em casa, ilegalmente. Após o incidente, a naja foi localizada em uma caixa próximo a um shopping no Setor de Clubes Esportivos Sul. De acordo com a polícia, um amigo foi o responsável por abandonar a serpente no local.

No dia seguinte ao incidente, após uma denúncia anônima, a Polícia Militar Ambiental apreendeu as outras 16 cobras que seriam do estudante: dez serpentes exóticas – originárias de outros países – e outras seis cobras silvestres brasileiras.

Uma das 16 cobras apreendidas em um haras, no DF, após estudante de veterinária ficar em coma por picada de uma naja — Foto: Afonso Ferreira/ G1
Uma das 16 cobras apreendidas em um haras, no DF, após estudante de veterinária ficar em coma por picada de uma naja — Foto: Afonso Ferreira/ G1.

Segundo a polícia, as 16 serpentes estavam “magras e com lesões nas escamas” e foram levadas para o Zoológico de Brasília.

Um das testemunhas ouvidas pelos policiais contou que os animais foram deixados no haras por um amigo de Pedro Henrique, após o acidente envolvendo a naja. Mas o jovem, que não quis ser identificado, afirmou que não sabia da compra e venda de animais.

“Eu só fiquei sabendo através da mídia sobre o acidente. Aí eu fiz a ligação dos fatos”, afirmou a testemunha.

Pelo menos três colegas de Pedro Henrique Krambeck Lehmkul, foram ouvidos pela 14ª Delegacia de Polícia, do Gama. Segundo as investigações, os jovens são de classe média e classe média alta e “se identificam em estudar e fazer pesquisas com animais exóticos”.

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