Segundo petição, Juiz mantinha estreito relacionamento com candidato Eduardo Botelho
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) protocolou nesta semana, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um pedido de Reclamação Disciplinar contra o Juiz Jamilson Hadad, ex-titular da 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá-MT, por “evidente estreito relacionamento” com o candidato a prefeito Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa do Estado, órgão que tem um contrato que beneficia o magistrado.
Em um dos trechos da petição, a Fenaj reforça o “estreito relacionamento” de Haddad com a ALMT, a partir de documentos e fotos (anexados a esta matéria) de uma homenagem prestada por Botelho a Haddad, destacando, em seguida, a contratação, “com exclusividade” do Juiz pela Associação Mato-grossense de Cultura, ONG contratada pela Assembleia:
“Em janeiro de 2024, portanto, um mês após a homenagem citada acima, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, presidida pelo deputado estadual Eduardo Botelho e candidato a prefeito de Cuiabá pelo União Brasil, assinou dois termos de fomento com a Associação Mato-Grossense de Cultura (AMC). A íntegra de ambos está disponível no Portal Transparência da Casa de Leis e anexados a essa petição (doc.5).
O Termo de Fomento 001/2024, cujo prazo de vigência é de 12 meses, foi assinado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e atual candidato a prefeito de Cuiabá, José Eduardo Botelho, e pelo deputado estadual Max Russi (doc.6), que exerce a função de primeiro secretário da Mesa Diretora do Legislativo. O documento prevê a transferência de R$ 2.967.004,00 (dois milhões, novecentos e sessenta e sete mil e quatro reais) para a referida associação destiná-la à “promoção de ações à conscientização sobre a igualdade de gênero, visando a redução dos índices de violência doméstica contra a mulher, para a comunidade escolar e familiares, servidores do Poder Legislativo do Estado de Mato Grosso, bem como toda a sociedade mato grossense”.
O juiz, que estava com a responsabilidade de ser o julgador responsável pelas representações dos partidos políticos relacionadas à propaganda eleitoral e demais procedimentos típicos do processo eleitoral, chegou a realizar decisões que favoreciam Botelho, mas pediu afastamento no dia 16/8, após um pedido de suspeição feito por uma campanha adversária.
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