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sábado, 23/11/2024
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Morcegos infectados com raiva são encontrados no Sudoeste/Octogonal

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Em Brasília

Todd Cravens/Unsplash

Moradores do Sudoeste/Octogonal encontraram morcegos mortos na quadra AOS 2. Pelo menos um deles estava contaminado. Zoonoses orienta a não manipular os animais que, perturbados, podem morder

Dois morcegos infectados pelo vírus da raiva foram encontrados mortos na quadra AOS 2, do Setor Sudoeste/Octogonal, em 3 e 10 de maio. Os mamíferos, da espécie Artibeus lituratus, foram retirados do local e analisados por agentes da Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses (GVAZ/DIVAL), que confirmaram a infecção.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) salientou, por nota, que a confirmação de casos de raiva em morcegos desta espécie já ocorreu em outros anos no DF e não representa uma ameaça direta a cães, gatos ou humanos, uma vez que os animais dessa espécie se alimentam de frutas, folhas e insetos.

Ferir esses mamíferos é crime ambiental. A pasta ressalta que a população não deve manipular ou matar morcegos, pois não representam perigo direto. A administração regional do Sudoeste/Octogonal informou ter recebido um pedido de poda radical de árvores que atraem morcegos e que solicitou providências à Novacap. Em relação aos morcegos encontrados com raiva, ressaltou que “esse é o primeiro caso registrado este ano”, na região. Até o fechamento da edição, não foi confirmado caso de contaminação por raiva.

A professora Ludmilla M.S Aguiar, do Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília (UnB), garante que a situação não deve gerar preocupação para a população. “Isso é uma coisa que pode acontecer. Desde que a gente não tenha nenhum contato, não vai acontecer nada de ruim. Não se deve pegar em morcego doente, não devemos pegá-los com a mão desprotegida e precisamos evitar que os cães, as crianças e os gatos mexam com ele”, alerta a professora.

Segundo ela, não é comum que morcegos apresentem o vírus da raiva. “Com o desmatamento e a maior urbanização das áreas, nós estamos tendo uma proximidade maior dos animais silvestres com as populações de cães, gatos e nós, das cidades. Os morcegos não costumam estar contaminados com raiva. Apenas 1% da população pode apresentar esse vírus. Mas, quando você desmata e mexe com as populações e urbaniza, começa a estressar essas populações e esse vírus pode aparecer”, defende.

Ludmilla ressalta que o Artibeus lituratus é uma espécie de morcego frutífero e que não é uma ameaça aos seres vivos. “Ele não está interessado em morder ninguém. Ele adoeceu por algum motivo, a população dele está doente e ele foi um dos adoecidos, podendo ter sido contaminado até por outro animal”, opina. Os hábitos dos mamíferos podem identificar se o animal está doente. “Se o morcego estiver saudável, ele nunca vai estar no chão. Estará voando, interessado nos frutos. Um morcego saudável não dá as caras durante o dia”, explica.

Morcegos caídos ou mortos, quando encontrados, devem ser retirados por agentes da vigilância ambiental. “Todos os casos em que morcego é encontrado caído, vivo ou morto, solicitamos o contato imediato com a Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses para o recolhimento e diagnóstico laboratorial de raiva”, relata Kenia Cristina de Oliveira, diretora da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival). “Ainda no recolhimento, mesmo antes do diagnóstico, a equipe já investiga os possíveis contactantes, sejam humanos ou animais domésticos, como ocorreu no caso da Octogonal, para encaminhamento à unidade de saúde mais próxima”, garante.

Quando se trata de seres humanos, há encaminhamento para avaliação e profilaxia da raiva, enquanto o procedimento para animais domésticos é o início de esquema de vacinação antirrábica. “No caso da Octogonal, fomos acionados por morador, enviamos uma equipe para captura do animal e investigação de possíveis contatos e orientações. Como o animal foi encontrado caído em área externa, fizemos uma ação de vacinação mais abrangente para os animais domésticos vizinhos da área por precaução e como medida de prevenção, considerando que cães e gatos devem ter a vacinação antirrábica atualizada anualmente”, relata.

A imunização dos animais domésticos pode ser realizada gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, em um dos 14 postos credenciados. Neste sábado, a Dival realizou uma ação contra a raiva na quadra AOS 5, que contribuiu para a imunização de 118 cães e 29 gatos. “Na ação que fizemos ontem na Octogonal, além da vacinação antirrábica para os animais domésticos, montamos stand com materiais para exposição dialogada com a população sobre a temática para esclarecimentos sobre riscos e estigmas sobre a raiva. Com a população local devidamente orientada, nos mantemos em prontidão para continuar monitorando a área e todo o Distrito Federal”, complementa.

Além da ação do último final de semana, outros três mutirões de vacinações anti-rábicas ocorreram neste ano, por iniciativa da Administração Regional do Sudoeste/Octogonal, em parceria com a Vigilância Ambiental. A última ocorreu no aniversário do Setor Sudoeste, em 6 de maio.

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