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domingo, 24/11/2024
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Médica receita pomada que não existe para tratar doença de bebê em SP

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Atendimento ocorreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) central de Santos (SP). Medicamento indicado só existe nas versões xarope e comprimido.

Médica da UPA Central de Santos (SP) receitou medicamento em pomada que não existe para bebê de 10 meses — Foto: Alexsander Ferraz/A Tribuna Jornal e Arquivo Pessoal

A família de um bebê de 10 meses se revoltou ao tentar comprar um medicamento receitado por uma médica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santos, no litoral de São Paulo, e não conseguir por ser informada que a pomada do remédio não existe – só as versões xarope e comprimido. O pai da criança, que não quis se identificar, disse ao g1, nesta terça-feira (2), que se sente triste com a situação, que poderia se tornar algo mais grave.

“É difícil julgar a médica, [talvez] não estava em um dia bom, trabalhando demais, mas devemos pensar que poderia ser algo mais grave. Ela receitou um medicamento para alergia que não existe, mas poderia ser algo mais grave”, disse o pai do bebê.

Segundo ele, o filho foi com a mãe na UPA Central com assadura grave no bumbum e diarreia. Após o atendimento, o homem buscou pelo remédio receitado em duas farmácias, mas foi informado que a pomada de loratadina não existe – apenas são vendidos o xarope e comprimido do medicamento, que não foram indicados para a lesão apresentada.

Receituário médico com a prescrição de medicamento que não existe para bebê de 10 meses em Santos, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Receituário médico com a prescrição de medicamento que não existe para bebê de 10 meses em Santos, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Orientação médica

Ao g1, a farmacêutica toxicologista Paula Carpes Victório disse que a loratadina é um antialérgico. Ela acredita que talvez houve um equívoco da médica que tenha o confundido com o polaramine. “Que também é um anti-histamínico [antialérgico]”. Este sim, segundo ela, tem a opção de pomada.

Ela ressaltou que o farmacêutico não pode modificar a prescrição. “É um medicamento até então inexistente [a versão em pomada], a gente não sabe se saiu do mercado há muitos anos, mas essa apresentação eu desconheço”.

Paula explicou que, em situação semelhante, o farmacêutico pode ligar para o médico para se informar sobre o medicamento receitado. No entanto, caso não seja possível o contato, é recomentado que o paciente volte a falar com o profissional que prescreveu o remédio.

Caso ocorreu na UPA Central de Santos (SP) — Foto: Alexsander Ferraz/A Tribuna Jornal

Caso ocorreu na UPA Central de Santos (SP) — Foto: Alexsander Ferraz/A Tribuna Jornal

Resposta

Em nota, a Prefeitura de Santos informou que “a contratação da médica é de total responsabilidade da Organização Social (OS) que administra a UPA Central”. A administração municipal disse, ainda, que a Secretaria de Saíde vai abrir uma apuração na Comissão de Acompanhamento e Fiscalização para investigar a conduta da profissional e tomar eventuais medidas cabíveis.

A direção da UPA Central apontou que o atendimento à criança foi realizado em conformidade com todos os protocolos preconizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com diagnóstico completo. Mesmo assim informou que a médica foi advertida em relação ao ocorrido.

“Com relação à prescrição da pomada, a direção da unidade apurou que ocorreu um erro de digitação na composição do medicamento, que não ocasionou qualquer dano ao paciente, inclusive pelo fato de que efetivamente a fórmula prescrita não existe”, disse a direção da UPA, em nota enviada pela prefeitura.

A administração da unidade de saúde ressaltou que família do bebê pode procurar a coordenação médica da UPA para buscar a receita atualizada.

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