Também foi divulgado que a mulher escreveu cartas durante os cerca de 15 dias no apartamento, apresentando justificativas para o crime.
“Em suma, sempre, mais uma vez, justificando. São cartas longas. São duas cartas, uma de oito páginas outra de três ou quatro. Mas dizendo ali que até o momento que ela tinha apenas a filha, a vida dela era boa, apesar do pai da filha ser falecido ela ainda conseguia. Mas depois que ela encontrou o pai do menino, tudo se tornou, ela até fala e escreve um palavrão, porque ele era um pai também um palavrão”, disse.
A delegada também falou que a mulher tinha renda mensal de cerca de R$ 3 mil e recebia pensão do filho mais novo. Por conta disso, a polícia não considera problemas financeiros.
A delegada afirmou que os indícios são de que a mulher levou uma vida normal após o crime. Testemunhas afirmaram terem recebido ligações dela oferecendo créditos consignados – ela era representante de uma empresa no ramo. Segundo a polícia, a mulher trabalhava de casa.
Além disso, a presa relatou que saiu de casa um dia para tentar tirar a própria vida ao se jogar em um rio, mas desistiu pois “estava frio”. Câmeras de monitoramento do prédio serão analisadas pela Polícia Civil. A delegada também informou que a mulher limpou os cômodos onde ficava no apartamento.
“É difícil a gente imaginar para qualquer tipo de situação um ser humano permanecer com um cadáver dentro do ambiente. Até por questões de odor, de sujeira. O apartamento estava sujo, com bastante sangue, tanto que ela limpou a parte que ela estava habitando. Para não se incomodar com aquela visão enquanto ela ensaiava ali as suas justificativas para a autoridade”, afirmou.
A polícia informou que apenas a menina de 10 anos frequentava a escola e a criança de três ficava em casa com a mãe.
A delegada disse que a instituição de ensino chegou a dar falta da vítima e ligou para a mãe, mas a mulher afirmava que a criança estava doente, com gripe. A mesma justificativa era dada ao porteiro do prédio.
Já o motorista da van que levava a menina até a escola foi ignorado pela mãe. A polícia suspeita que isso tenha sido feito para evitar que ele tentasse contato no apartamento.
Tanto professores da escola quanto o porteiro serão ouvidos no processo, segundo a delegada.
A delegada afirmou que os vizinhos não perceberam mudanças nas movimentações. Eles também serão ouvidos pela polícia. A família tinha se mudado para o local há cerca de cinco meses.
A Polícia Civil tem até o dia 6 de setembro para encerrar o inquérito. A irmã, o pai da criança e a suspeita foram ouvidos. A delegada disse que ainda devem prestar depoimentos professores, vizinhos e o porteiro. A polícia aguarda laudos de perícia e imagens de monitoramento do prédio.
Uma vez encerrado o inquérito, a denúncia é oferecida ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) que define se será feita denúncia ou não. Depois, cabe à Justiça aceitar e instaurar o processo criminal.