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terça-feira, 26/11/2024
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Justiça determina sequestro do carro blindado que delegada Adriana Belém deu ao filho

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A picape comprada por R$ 181 mil em espécie teria sido registrada no nome da empresa do sobrinho da delegada. Presa por suposta ligação com o ‘bicho’, Adriana Belém também é suspeita de lavagem de dinheiro.

Adriana Belém deu recentemente um Jeep zero para o filho — Foto: Reprodução

A Justiça determinou o sequestro do carro blindado que delegada Adriana Belém deu ao filho de 18 anos. As investigações apontam para a suspeita de lavagem de dinheiro.

A Corregedoria da Polícia Civil tinha pedido a apreensão do veículo no dia 20. Agora, o veículo vai ficar em custódia da Justiça até o fim do processo. Se for configurado o crime ele continua com o estado, senão ele é devolvido. O carro deve ser apreendido na semana que vem.

Na decisão, o juiz Marcello Rubioli estabelece medidas cautelares para o sobrinho da delegada, Richard Henrique Belém da Silva. Ele vai ter que usar tornozeleira eletrônica.

A Justiça também determinou uma buscas de imóveis no nome de Richard nas regiões do Leme, Copacabana, Ipanema, Engenho de Dentro, Encantado, Piedade, Cascadura, Abolição, Pilares, Bonsucesso, Ramos, Quintino, Higienópolis, Tomás Coelho e Olaria, Inhauma. A objetivo é saber se a aquisição de um deles foi usado para lavar dinheiro.

Presa no último dia 10, durante a Operação Calígula, por suspeita de participar do esquema comandado pelo bicheiro Rogério Andrade e pelo policial militar reformado Ronnie Lessa, Adriana Belém tinha em casa R$ 1,8 milhão em espécie escondidos em malas.

Em fevereiro deste ano, Belém comprou um Jeep Compass, segundo as investigações, por R$ 181 mil em dinheiro. O veículo dado de presente para o filho de 18 anos teria sido adquirida e registrada no nome da empresa do sobrinho da delegada.

Segundo o relatório, “apesar de pertencer claramente a Adriana”, o carro, comprado numa concessionária da Barra da Tijuca, foi pago à vista e em dinheiro no dia 24 de janeiro e registrado no nome da empresa: Richard Belém Sociedade Individual Advocacia, do sobrinho da delegada, Richard Henrique.

“Os indícios apontam para uma possível dissimulação de bens adquiridos com proveito supostamente de infração penal. Pelo menos um automóvel, um Jeep Compass, dado por Adriana ao seu filho de presente de aniversário, no valor de 180 mil reais, pertencente à delegada de polícia e estaria vinculado a uma pessoa jurídica”, explicou o delegado Marcos Buss.

De acordo com o delegado, a compra do veículo caracteriza uma prática bastante comum de quem está lavando dinheiro.

“Esse expediente é um expediente muito característico da modalidade lavagem de dinheiro, de dissimulação porque a pessoa vincula o seu patrimônio ao nome de terceiras pessoas, em geral pessoas jurídicas, de modo que o patrimônio não apareça como sendo dela”, completou.

Blindagem suspeita

Além da apreensão do carro, uma vez que o relatório indica que há “existência de indícios veementes da proveniência ilícita do bem em questão”, outra negociação está sendo investigada pela Corregedoria: a blindagem do veículo.

Segundo os investigadores, o carro foi submetido ao processo na Mgtech Blindagem, pelo custo de R$ 55 mil.

De acordo com a polícia, a referida sociedade empresarial é integrada por Lilian Cristina Martins Maia, irmã do suspeito de contravenção João Carlos Martins Maia, vulgo “Joãozinho King”.

“Merece uma atenção à parte. Os documentos encaminhados aqui para a Corregedoria são contraditórios. No contrato do serviço, um serviço caro, a data para o pagamento é anterior da data da própria celebração indicada no contrato. Como é que essa blindagem foi contratada, se é que foi paga, como foi paga. No momento nós não temos essas informações. Nós continuamos apurando”, concluiu Buss.

Dinheiro apreendido na casa da delegada Adriana Belém saiu em um carrinho de supermercado — Foto: Reprodução

Dinheiro apreendido na casa da delegada Adriana Belém saiu em um carrinho de supermercado — Foto: Reprodução

Operação Calígula

Com o objetivo de combater os envolvidos em uma rede de jogos de azar, uma força tarefa do Ministério Público (MP) foi deflagrada na manhã do último dia 10 de maio.

Segundo as investigações do MPRJ, Rogério Andrade e Ronnie Lessa abriram casas de apostas e bingos em diversos estados pelo menos desde 2018.

O MPRJ afirma que a quadrilha “estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos, principalmente ligados à segurança pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro”.

“Nesta esfera, integrantes da quadrilha, membros da Polícia Civil, mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo de Rogério”, destacam os promotores.

“Oficiais da PM serviam de elo entre o grupo e batalhões de polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo.”

Em um destes episódios, o delegado Marcos Cipriano intermediou encontro entre Ronnie Lessa, Adriana Belém, então titular da 16ª DP (Barra), e o inspetor Jorge Luiz Camillo Alves, braço direito de Adriana.

Na reunião, segundo o MPRJ, acertaram a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níquel apreendidas em uma casa de apostas, mediante propina paga por Rogério.

Os promotores sustentam que para viabilizar o “nefasto plano criminoso”, foram imprescindíveis a participação de Adriana Belém e Jorge Luiz.

O que dizem os envolvidos

A defesa de Adriana informou que não irá se pronunciar pois ainda não teve acesso aos documentos. Ainda não conseguimos contato com o escritório de advocacia Richard Belém.

(G1)
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