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sexta-feira, 01/11/2024
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Juiz que atuou na Vara de Violência Doméstica faz parceria com presidente de associação acusado de agressão contra ex-mulher

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Foto: Reprodução

É, no mínimo, questionável a parceria firmada entre a Associação Mato-Grossense de Cultura, presidida por Marcos Levi de Barros, acusado de agressão contra sua ex-mulher, e o juiz Jamilson Haddad, da Vara de Violência Doméstica.

De acordo com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Marcos Levi de Barros foi denunciado por agressão e ameaça contra sua ex-convivente, Eranil Antunes da Silva. O crime ocorreu em 6 de dezembro de 2016, quando Marcos, após uma discussão sobre a filha do casal, teria agredido Eranil, segurando-a pelos braços, empurrando-a contra o sofá e ameaçando-a com palavras violentas. As agressões resultaram em marcas nos braços da vítima e um hematoma no rosto, conforme confirmado por laudo pericial.

Durante o processo, Eranil manteve seu depoimento, afirmando que não pôde se defender devido à força física de Marcos. A defesa de Levi, que alegou legítima defesa, não conseguiu apresentar provas suficientes para sustentar essa tese. Assim, o juiz considerou as declarações da vítima, corroboradas pelo laudo pericial, como provas suficientes para a condenação de Marcos Levi de Barros por lesão corporal, conforme o artigo 129, §9º, do Código Penal, e o condenou ao pagamento de uma indenização de R$ 2.000,00 por danos morais.

Curiosamente, mesmo com esse histórico, Marcos Levi de Barros conseguiu uma emenda de mais de R$ 2.900.000 (Dois milhões e novecentos mil reais) para aplicar em um curso on-line sobre violência doméstica, firmando parceria com o juiz Jamilson Haddad para a realização de lives sobre o tema.

Vale lembrar o ditado: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta.”

Este caso levanta uma reflexão sobre a importância de alinhar o discurso às ações, especialmente em temas tão sensíveis como a violência doméstica.

“(…) A DECLARANTE CHAMOU O SUSPEITO PARA CONVERSAREM DEVIDO AO QUE A FILHA LHE CONTOU E ELE FOI EM SUA CASA. QUE TENTOU CONVERSAR, MAS ELE SE ALTEROU E NEGOU TUDO FALANDO QUE ERA MENTIRA DA FILHA E PARTIU PRA CIMA DA DECLARANTE SEGURANDO FORTEMENTE SEUS BRAÇOS E A JOGANDO CONTRA O SOFÁ EM SEGUIDA LEVANTOU A MÃO NUM MURRO E LHE DISSE ‘EU VOU QUEBRAR SUA CARA, EU VOU TE MATAR’ E TAMBÉM LHE XINGOU DE ‘PUTA E VAGABUNDA’ (…)” – sic – fl. 14 (numeração antiga – id n. 39537639).

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