Parte das vendas de ‘A sangue quente’ serão destinadas aos advogados do caso e a um implante de prótese
A história da mulher que cortou o órgão genital do marido durante uma briga virou livro. O motorista de aplicativo Gilberto Nogueira, de 40 anos, decidiu publicar uma obra chamada A Sangue Quente, com todas as suas memórias da conturbada relação com a cozinheira Daiane dos Santos Farias, de 34. Ela foi condenada e está presa em uma penitenciária em São Paulo, mas o esposo quer retomar o casamento.
O livro é assinado pelo autor Gilbert Daniel da Silva, que reuniu todos os relatos em conversas com Gilberto. Apesar de ter sido descrita como “romance de não-ficção”, a obra bem que poderia ser considerada um ‘novelão ficcional’.
Isso porque Gilberto teve seu pênis amputado pela esposa com uma navalha para sobrancelhas durante uma briga. Depois do crime, Daiane ainda jogou o órgão do marido no vaso sanitário e deu descarga. A cozinheira confessou o crime, foi condenada a quatro anos de prisão em regime fechado e perdoada pelo motorista de aplicativo.
Conforme o jornal O Globo, Gilberto usa o livro para contar detalhes da relação. Em A Sangue Quente, ele chega a dizer que é culpado pelo crime da própria esposa, porque a teria traído com a sobrinha de 15 anos.
A história ainda ganhou contornos religiosos e quase “sobrenaturais” sob a perspectiva do motorista. Segundo Gilberto, após suas traições, “o casamento foi tomado por energias negativas, causando uma total desarmonia na relação”. “A minha mulher passou a ver vultos dentro de casa. Ela ouvia vozes também”, narra no livro.
Venda pagará advogada e prótese
O livro está disponível por R$ 50 em um site literário, mas Gilberto deverá embolsar apenas R$ 10 a cada venda. Ele quer destinar todo o valor para pagar a advogada que contratou para cuidar do caso. Segundo O Globo, o motorista paga R$ 540 por mês pelo trabalho e ainda deve honorários à profissional.
“Se sobrar algum dinheiro, vou investir no tratamento para implante da prótese que ganhei de um médico. Preciso de um anestesista e um urologista, pois ganhei até agora só a ajuda de um cirurgião plástico”, contou.
Gilberto teve visita íntima negada
A direção da Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu, em São Paulo, negou colocar o nome do frentista Gilberto Nogueira de Oliveira, de 39 anos, na lista de visitas da ex-esposa, Daiane dos Santos Farias, 34, que está presa desde dezembro passado por cortar o órgão íntimo do companheiro com uma navalha. A informação é do jornal O Globo.
Em abril, ele já tinha adiantado ao jornal que trocou cartas com Daiane e disse que a ‘perdoou completamente’ e está disposto a retomar o casamento. Por isso, enviou um e-mail para a Penitenciária pedindo para ter visita íntima com ela. Por meio de sua advogada, a detenta também afirmou que gostaria de ter encontros com Gilberto.
“O seu nome não foi aceito para ser incluído no rol de visitas da reeducanda Daiane, pois o senhor foi vítima do delito pelo qual ela se encontra recolhida”, escreveu Márcio Alexandre Moreno, diretor do Centro de Segurança e Disciplina da Penitenciária de Mogi Guaçu, na última semana. Ele também sugeriu que Gilberto consiga uma autorização judicial para ter encontros com a ex-esposa.
Daiane está presa na Penitenciária Feminina de Mogi Guaçu. Em seu julgamento, ela saiu com uma pena por lesão corporal grave, condenada a quatro anos de prisão. Na cadeia, ela já conseguiu um emprego na cozinha, o que ameniza o seu tempo presa. Com isso, a previsão é de que ela tenha uma primeira saída em março de 2025.
Relembre o caso
Na madrugada de 22 de dezembro de 2023, Daiane cortou, tirou foto e jogou na privada o ‘órgão’ do marido. O caso aconteceu em Atibaia, São Paulo. O motivo foi vingança por uma traição de Gilberto. A própria mulher foi à delegacia para confessar o crime.
“Boa noite moço, eu vim me apresentar, porque eu acabei de cortar o pênis do meu marido”, disse a mulher, ao chegar na delegacia com o irmão, segundo transcrito no boletim de ocorrência.
A mulher contou à polícia que decidiu arrancar o órgão sexual do marido depois de descobrir que ele a havia traído com uma sobrinha, uma adolescente de 15 anos.
Em detalhes, a mulher disse ter excitado o marido e durante o ato íntimo, amarrou as mãos dele com uma calcinha. Em seguida, cortou o órgão, tirou foto e jogou no vaso sanitário, puxando a descarga. Esse último gesto não foi à toa: segundo relatou, ela tinha ouvido falar que era possível “reimplantar” o órgão.
Na época, Gilberto contratou uma advogada para atuar como assistente de acusação e ajudar a condenar a ex-mulher. No entanto, quatro meses depois, ele resolveu perdoá-la e deseja reatar com Daiane.