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sábado, 23/11/2024
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Homem que matou ex na frente da escola do filho pega 37 anos de prisão

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O autor do crime não aceitava o fim do relacionamento – (crédito: Fotos: Arquivo pessoal)

Gedeon da Conceição, autor do 22º feminicídio no DF de 2023, foi condenado por matar a ex-companheira com vinte golpes de chave de fenda em frente à escola do filho, em São Sebastião

Foi condenado a 37 anos e 11 meses de prisão Gedeon da Conceição, autor do 22º feminicídio cometido em 3 de agosto de 2023, no Distrito Federal. Ele matou a ex-companheira, Deylilane Alves Santos Conceição, de 34 anos, com vinte golpes de chave de fenda em frente à escola do filho, em São Sebastião. A sentença saiu na tarde de quinta-feira (13/6) e é assinada pelo juiz Carlos Alberto Silva.

Na sentença, destacou-se que o crime foi praticado com premeditação, de modo cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Gedeon foi descrito como possuidor de uma “agressividade extremada” ao longo convivência com Deylilane, visto que, quando ainda moravam no Maranhão, ele chegou a obrigá-la a manter relações sexuais forçadas com terceiros.

Conforme declarado no processo judicial, testemunhas alegaram ter visto o acusado sorrir no momento da prisão em flagrante, demonstrando alegria ao praticar o crime. A pena, antes fixada em 27 anos de reclusão, foi aumentada em virtude do descumprimento das medidas protetivas de urgência, que resultaram em três prisões anteriores ao feminicídio.

Histórico de violência
Segundo os diversos depoimentos de Deylilane, Gedeon era agressivo, possessivo, ciumento e controlador. Ele a agrediu diversas vezes ao longo dos mais de 15 anos de relacionamento, inclusive, na frente do filho do casal, à época do feminicídio com 10 anos. Em uma das ocorrências, o garoto chegou a ser agredido pelo pai ao tentar defender a mãe.

Em depoimento para pedido de proteção, a vítima contou à Justiça que, quando o casal ainda morava no Maranhão, ela estava grávida e foi agredida pelo então companheiro com golpes de faca. Uma das facadas atingiu a barriga, resultando na perda de muito sangue e em um aborto. Na ocasião, Gedeon chegou a ser preso, mas foi solto dois dias depois. Deylilane comentou ainda que foi atendida em um hospital e que chegou a fugir do marido, indo para outra cidade, mas ele foi atrás e a ameaçou caso se separasse dele.

Procurando à Justiça mais uma vez após descumprimento das medidas, a vítima disse que Gedeon a acusava frequentemente de “infundadas traições” e proibia que ela tivesse contato com a própria família, ameaçando que mataria a mãe e as irmãs dela. Deylilane relatou ainda que as agressões ocorriam todos os fins de semana após o acusado fazer uso de drogas e bebidas alcoólicas. A razão para as brigas eram geralmente ciúmes, mas ela contou que já apanhou por não ter dinheiro para custear o vício dele.

Deylilane foi morta pelo ex-companheiro após deixar filho na escola
(foto: Arquivo pessoal)

Crime
No dia 3 de agosto, após deixar o filho na aula, ela foi abordada pelo ex-companheiro, ainda na calçada do colégio. Um motorista de transporte escolar testemunhou o momento e relatou que os dois discutiam de forma ríspida, até que o homem puxou a chave de fenda de uma pequena bolsa. De acordo com os depoimentos, ela correu, mas o autor conseguiu alcançá-la.

A testemunha ressaltou que tentou ajudar e gritou por socorro, mas não conseguiu impedir o crime brutal. O autor tentou fugir, mas foi perseguido e pego pelo motorista e por outras pessoas. A Polícia Militar do DF (PMDF) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) foram acionados. A vítima foi socorrida e levada para a unidade de pronto-atendimento (UPA) de São Sebastião, mas não resistiu aos ferimentos.

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