As primeiras visitas de Estado de Charles III acontecerão algumas semanas antes de sua coroação, em 6 de maio, na Abadia de Westminster
O rei Charles III e sua esposa, Camilla, viajarão para França e Alemanha de 26 a 31 de março, em suas primeiras visitas de Estado, para “celebrar a relação” entre o Reino Unido e estes dois países — anunciou o Palácio de Buckingham nesta sexta-feira, 3.
Esta viagem marca seu primeiro deslocamento oficial ao exterior desde que Charles, de 74 anos, tornou-se rei em 8 de setembro. Como príncipe herdeiro, já fez 34 visitas oficiais à França, e 28, à Alemanha.
As primeiras visitas de Estado de Charles III acontecerão algumas semanas antes de sua coroação, em 6 de maio, na Abadia de Westminster.
“Esta visita vai comemorar o relacionamento da Grã-Bretanha com a França e a Alemanha, marcando nossas histórias, nossa cultura e nossos valores comuns”, disse o Palácio de Buckingham, em um comunicado.
“Também será uma oportunidade para olhar para o futuro e demonstrar as muitas maneiras que o Reino Unido trabalha em associação com França e Alemanha”, continuou o Palácio, citando, em particular, a luta contra o aquecimento global e a resposta ao conflito na Ucrânia.
Charles III, que fala francês, e Camilla estarão na França de 26 a 29 de março. Em Paris, participarão de uma cerimônia no Arco do Triunfo, acompanhados do presidente Emmanuel Macron e da primeira-dama, Brigitte.
O rei fará um discurso no Senado. Um banquete de Estado em sua homenagem está marcado para 27 de março no Palácio de Versalhes.
Em 28 de março, Charles e Camilla seguem para Bordeaux, no sudoeste. O rei visitará áreas devastadas por incêndios no verão passado e visitará uma vinha orgânica.
“Esta visita de Estado, a primeira do soberano antes de sua coroação, constitui uma honra para a França e ilustra a profundidade dos laços históricos que unem nossos dois países”, afirmou o Palácio do Eliseu em um comunicado.
A visita “também simboliza a relação de amizade e confiança entre o presidente da República e Sua Majestade o Rei, que, no passado, colaborou estreitamente na proteção da biodiversidade e na luta contra o aquecimento global”, acrescentou a Presidência.
Seguindo os passos da rainha
Depois, Charles III segue para a Alemanha para uma visita de Estado de 29 a 31 de março. O casal real irá a Berlim e a Hamburgo.
Charles III discursará no Parlamento federal alemão e se reunirá com refugiados ucranianos.
“É com grande prazer que receberemos o rei Charles e sua esposa, Camilla, no final de março. Aprecio esta visita de Estado, porque o rei decidiu vir à Alemanha antes mesmo de sua coroação”, escreveu o presidente alemão, Frank Walter Steinmeier, em uma nota.
“O fato de o rei Charles ter escolhido Alemanha e França como seus primeiros destinos antes de sua coroação também é um importante gesto europeu”, acrescentou o presidente alemão.
“A ele, mas também a todos os britânicos, gostaria de dizer que nós, na Alemanha, na Europa, desejamos manter relações estreitas e amigáveis com o Reino Unido, mesmo depois do Brexit”, concluiu Steinmeier.
As duas viagens serão realizadas poucos dias depois da primeira visita do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, à França, em 10 de março.
A última visita de Charles à França, como príncipe herdeiro, remonta a 2019. Ele compareceu a uma missa na Catedral de Bayeux para relembrar o 75º aniversário do desembarque na Normandia.
A mãe de Charles, Elizabeth II, que falava francês e era francófila, fez cinco visitas oficiais à França durante seu reinado, além de inúmeras visitas particulares.
Após sua morte, o presidente Emmanuel Macron prestou homenagem à monarca, descrita como uma “aliada muito próxima”.
Sua última visita de Estado à França ocorreu em 2014, no 70º aniversário do desembarque. Nas praias da Normandia, reuniu-se com 1.800 veteranos e 18 chefes de Estado e de Governo, incluindo os presidentes de Estados Unidos e Rússia na época, Barack Obama e Vladimir Putin, respectivamente.
A última visita de Elizabeth II à Alemanha, em 2015, sob o comando da chanceler Angela Merkel, despertou grande entusiasmo no país. Junto com o marido, o príncipe Philip, ela visitou o antigo campo de concentração nazista de Bergen Belsen, no norte do país.
A visita mais significativa da monarca à Alemanha remonta a 1965, percebida como o momento que selou a reconciliação entre os dois países após a Segunda Guerra Mundial.
Em sua morte, o atual chefe do governo alemão, Olaf Scholz, prestou uma homenagem à rainha, chamando-a de “símbolo da reconciliação”.